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Parece que os números do desemprego voltaram a crescer. Nestas alturas, e muito bem, toda a gente se lembra daqueles cartazes em que José Sócrates prometia “criar” 150.000 empregos em pouco tempo.
A frase era bastante clara, dizia, sem rodeios que, se fosse eleito, o Governo criaria 150.000 novos empregos. Ora, um Governo só cria empregos nas empresas ou nos sectores que tutela, ou seja, no sector público. Logo, é normal que as pessoas e forças políticas que acreditam que o Estado deva ser o motor da economia se sintam enganadas. Neste caso, duplamente enganadas: nem o Estado abriu 150.000 vagas no sector público, como, aparentemente, pretende reduzir o número de pessoas dependentes do OGE. Felizmente, não me parece que existam muitas pessoas em Portugal que acreditem que este deva ser o caminho.
O grande problema é que o Governo está, por assim dizer, preso no seu próprio labirinto ideológico: por um lado, não quer ou não consegue esvaziar o Estado, libertando-o dos milhares de empresas e institutos públicos e privatizando tudo o que não sejam organismos ligados a funções de soberania. Também não consegue – mais uma vez por, digo eu, pruridos ideológicos – tomar medidas, verdadeiramente, fomentadoras da criação de emprego, como sejam a modificação da lei laboral (o maior bloqueador ao crescimento de emprego), a redução violenta dos impostos que recaem sobre as empresas e a desburocratização radical dos processos ligados às relações do Estado com as empresas.
Ou seja, o Governo quer “sol na eira e chuva no nabal”. Não quer abrir mão do gigantesco sector público que lhe permite controlar a economia e colocar “amigos” políticos na “máquina” e não quer adoptar medidas, ditas, liberais porque receia perder poder. Por outro lado, sabe que só libertando a economia do excessivo peso do Estado e adoptando medidas liberais vai conseguir que as empresas criem riqueza e, subsequentemente, empregos.