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Louça / MFL

por Manuel Castelo-Branco, em 06.09.09

Este era a oportunidade de ouro para que MFL tivesse um debate ideológico com Francisco Louçã sobre dois modelos de desenvolvimento incompatíveis entre si. Um modelo onde o estado é dirigista autoritário e intervencionista e outro onde a liberdade do cidadão, as empresas e a inciativa privada.

 

Nada disto se passou: Vi o profeta Louçã a comandar a agenda e o PSD  sempre á defesa. Confesso que não percebi o objectivo. Alguém que me ajude, pf.

 


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Nuno Palha a 07.09.2009 às 22:01

Caro JMCerdeira,


A minha formação como biólogo, principalmente a minha maior especialização em evolução, fazem-me rejeitar as suas afirmações por não terem base de sustentação científica.


O caso dos sexos. Como sabe nem todos os animais têm sexos e existem hermafroditas (mesmo na espécie humana, ainda que muito raros). Por outro lado, nem todos os animais com sexos separados apresentam um aspecto físico e um repertório comportamental diferente. A componente comportamental, aquilo que na nossa espécie humana muitos chamam género, não parece ser genética mas sim cultural. Assim, não há nada dado por Deus ou pela Natureza nos nossos comportamentos de género, pelo menos quando comparado com o que vamos beber à nossa cultura e ao nosso contexto social.


Em relação à complementaridade masculino-feminino personificada no pai e na mãe, o senhor pode achá-la fundamental e indispensável mas essa já não é a opinião da Associação Americana de Pediatria e Psicologia. Isto porque após mais de trinta anos de estudos de psicologia clínica, os dados apontam para que o desenvolvimento psicossocial, cognitivo, emocional não apresenta diferenças estatisticamente significativas entre casais do mesmo sexo e de sexos diferentes. Isto pode ser dado novo para muita gente mas no Reino Unido, na Holanda e nos Estados Unidos há mesmo imenso material científico a apontar para estas conclusões.


Em última análise, a sua posição de defesa absoluta da presença de um pai e de uma mãe, levaria à proibição da adopção por pessoas singulares. Por outro lado há um número apreciável de mãe solteiras e filhos de pais divorciados que nalguns casos pouco contacto têm com um dos pais. 


Claro que muitos homossexuais desejam ter filhos. Mas daí a achar que o bem-estar das crianças não está relacionado com tudo. Que casais de homossexuais são incompatíveis com o bem-estar das crianças. Isso é já para mim preconceito.


Se estivéssemos a falar dos anos 60 e 70, a aprovação da adopção por casais do mesmo sexo seria experimentalismo social. Mas hoje os dados são  tantos e vindos de cada vez mais países que essa medida é não mais que uma questão de justiça e igualdade.

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