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Alguns políticos da nossa praça utilizam o marketing político de uma forma profissional.
Refiro-me, em particular, a José Sócrates, a Paulo Portas e a Francisco Louçã.
Todos falam bem, mesmo muito bem, todos eles fazem números políticos muito bem montados, todos se apresentam de forma muito cuidada e adaptada a cada ocasião (quem não tem presente os fatos Armani de Sócrates, a indumentária de Portas quando este visitava lavradores ou as camisas sem colarinho de Louçã, muito in e simultaneamente com um quê de contestatárias…).
Quanto ao comportamento político de cada um deles, sendo diferentes, convergem na utilização de apuradas estratégias de marketing.
José Sócrates, ao longo de 4 anos multiplicou as cerimónias de “encher o olho” quando anunciava projectos para anos depois (lembro-me da cerimónia do lançamento do Hospital do Algarve, previsto para 2013, na qual, em 2008 foram torrados 50 mil euros numa hora de festa!); diabolizou classes profissionais (principalmente juízes e professores) com o objectivo de as domesticar, ataca cirurgicamente adversários políticos a fim de os encostar às cordas, colando-os a ideias tão feitas quanto falsas (ex.: "o PSD quer privatizar a Segurança Social"); construiu em seu redor uma equipa altamente profissional de gestão política; desenvolveu uma estratégia de influência sobre a comunicação social como não há memória em Portugal desde 1976.
Paulo Portas, ideologicamente foi oscilando entre democracia-cristã, conservadorismo, liberalismo, algum populismo, por vezes mesmo centrismo. Adora sound bites, sabe escolher temas fortes (segurança, agricultura, combate ao rendimento social de inserção, etc.) para ancorar o seu partido (pouco enraizado na sociedade portuguesa) em nichos de mercado determinados, mais ou menos sugestionáveis.
Quanto a Louçã, o dominicano vermelho (sim porque franciscano nunca foi e jesuíta não pode ser considerado desde que revelou a sua sanha nacionalizadora e o seu ódio à burguesia), gere magistralmente a sua mensagem. Diz-se democrata mas é marxista, parece tolerante mas anseia esmagar as classes médias, excrescência entre o Capital e o proletariado; metralha a sociedade com temas ditos fracturantes (liberalização das drogas, casamento gay, eutanásia, etc.), ao mesmo tempo que a ataca nos seus alicerces mais profundos (família, casamento, etc.).
Sócrates, Portas e Louçã são três políticos profissionais, que conhecem bem os desejos e frustrações dos eleitores e que recorrem às mais elaboradas técnicas de marketing e ilusão política para angariar o seu voto.
Nos antípodas, Manuela Ferreira Leite é acusada de não fazer marketing, de não saber fazer números, de não saber ou querer fomentar ilusões, enfim, de não ser uma política moderna.
Já Jerónimo de Sousa, outro político que não percebe de marketing, está preso às quimeras do comunismo estalinista que o PCP finge esquecer (e aqui há marketing...) mas que nunca ousou renegar.
Entre uns e outros o Povo Português vai ter de escolher no próximo dia 27 de Setembro.
Vai escolher entre ilusão e realidade, marketing e verdade, oratória e simplicidade, aparência e autenticidade, forma e substância.
Oxalá saiba escolher bem, apesar de todas as fabulações que alguns procuram construir.
Sócrates-Louçã: Microfone capta conversa sobre TVI (COM VÍDEO) (http://www.correiodamanha.pt/Noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=B30F888F-4C14-4CA3-A85C-D92D021F085C)
http://www.youtube.com/watch?v=_gxm4sb_g