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Logo nos primeiros dois minutos José Sócrates, a quem o sorteio ditara a ser o primeiro a responder, faz questão de mostrar quem mandava ali e tentou, exactamente às 21.18. A reacção de Clara de Sousa foi de tal maneira inesperada para Sócrates que lhe foi impossível esconder a estupefacção de se ver tão flagrantemente contrariado.
Sócrates queria falar das suas contribuições para a qualidade da democracia, a limitação de mandatos, a lei da paridade, a reforma do Parlamento. Diga-se de passagem que nenhuma delas me parece perto de melhorar seja o que for na qualidade da democracia, sendo que a sua aplicação tem revelado, isso sim, caricatos atropelos a essa qualidade. Tudo isto porque Sócrates precisava definitivamente de chamar à discussão a questão da Madeira.
Manuela Ferreira Leite esteve nesses momentos iniciais muito fraca, faltou aquilo que só apareceu a meio do debate, uma irritação que lhe devolveu a iniciativa.
Foi muito curioso porque Sócrates quando irritado perde sempre a razão, Manuela Ferreira Leite quando irritada ganha a razão que não consegue fazer passar quando se esforça por se manter calma.
Pena não ter dito o que devia ter ficado claro para os telespectadores: Sócrates não percebe nada de economia e Sócrates é o principal responsável pelo clima de “asfixia democrática” em Portugal.
Quando Sócrates a acusava de se arrogar de saber mais que os outros devia ter interrompido, devia ter dito o que era ali verdade: que sabia mais que ele.
...e não disse. Que pena.
Já li "empates técnicos" (uma maneira de dizer que MFL ganhou), já li vitória de Sócrates ou de MFL e até já li derrota honrosa de MFL. Eu não sei como viram o debate aqueles que não sabem em quem votar, nem sei se o debate os ajudou a decidir. Eu já sabia antes mas isso tinha pouco que ver com o debate e não era ele que o ia mudar.