As sondagens dão uma indicação de voto aos eleitores quando anunciam previamente as percentagens de voto previstas para quem deverá ficar em 1º, 2º, 3º ou 4º lugares, o que influencia o resultado da votação, sempre no sentido das sondagens, pois uma boa parte do eleitorado acaba por ser induzido a escolher apenas de entre os partidos que são apontados nas sondagens como ficando em 1º ou 2º lugares. Trata-se de uma tendência desportiva, onde ou se ganha ou se perde. Só por isso as sondagens deveriam ser proibidas e são-no em alguns países. Além disso, estão a tornar-se suspeitas de serem mal feitas ou pouco sérias porque se enganam sistematicamente a favor dos grandes partidos. No final, apesar de tudo, os pequenos partidos acabam por ter sempre mais votantes do que os indicados nas sondagens.
Na política não é como no desporto, pois quem fica em 2º, 3º ou 4º lugares também acaba por influenciar o poder. Apenas não têm qualquer influência a abstenção, os votos brancos ou os dados a partidos que não chegam a eleger representantes para a assembleia. Também é muito diferente ganhar com maioria absoluta ou relativa, pois se a maioria for relativa o partido ganhador terá que procurar fazer uma coligação ou governar sem ela e na dependência do voto parlamentar. Em qualquer dos casos há que ter em conta outras políticas e outras sensibilidades. Por vezes é essa a única solução e é a democracia que fica a ganhar nestes casos.
Os grandes partidos são alvos de cobiça de interesses particulares que os apoiam esperando receber compensações em retorno quando aqueles forem poder e mais fácil será o retorno se tiverem uma maioria absoluta, por isso um povo politicamente esclarecido deve fugir sempre de dar maiorias absolutas a quem quer que seja, embora todos os partidos as peçam. Votem no pequenos partidos, nos que têm expressão eleitoral ou estão à beira de eleger o seu 1º deputado. Ganha a democracia e perdem a arrogância e a corrupção.