31 da Armada

Se o amigo conhecesse os Evangelhos saberia que a Boa Nova Cristã não se trata de uma tabela para saber quem "está mais perto do Reino dos Céus". Tendo em conta o que também foi escrevendo por aí, mais abaixo; reparo que tem muitas dificuldades em compreender o que é o Cristianismo. Não é nenhum apelo à "revolução", pois  diz que todos os homens são todos iguais, logo, não estão divididos em classes proletária e burguesa, pobres e ricos, bons e maus, Amorins e operários da AutoEuropa. No seguimento disso, é defendida a boa-vontade entre os homens e não a revolução ou o apego idealista à letra da lei como forma de resolver todos os problemas da humanidade. O Cristianismo aconselha individualmente cada ser humano a carregar a sua cruz e a sofrer pelos outros; não diz que temos direito a viver bem ou que a garantia dos ditos "direitos" sejam condição essencial para a felicidade, ou que a felicidade seja mesmo aquilo que os esquerdistas revolucionários defendem. Nesse ponto, os esquerdistas revolucionários nunca podem ser cristãos, porque para eles a vida pode e tem de ser "boa" já hoje,
 para todos sem excepção, sem sacríficios e privações. 
O Cristianismo também defende que existe Verdade, conceito que vou tentar explicar-lhe. Tendo nós dois posições distintas sobre um tema, estando um de nós certo e o outro errado, ou os dois errados; continua a  haver uma resposta coincidente com a Verdade, gostemos ou não dela, quer a conheçamos quer não. Este é um ponto importante, porque os revolucionários esquerdistas têm aquele velho hábito de relativizar a Verdade. Não estou errado, nem tu estás certo; defendemos interesses opostos, a verdade é relativa ao nosso interesse e  ´bora lá defender os direitos da nossa classe. Aqui, mais uma vez, esta visão é totalmente anti-cristã. Matar não é bom nem é mau, depende de acharmos que matamos alguém mau para nós ou não. Isto teve repercussões na História das barbáries comunistas e ainda hoje tem naquelas dificuldades intelectuais para um líder de extrema-esquerda condenar sem espaço para interpretações coisas como o 11 de Setembro ou uma bomba que rebente em Tel-Avive. Há-de ouvi-los falar em "tudo tem origens em x", "as vítimas também não são inocentes porque y", "é um problema de desespero do povo que sofre injustiças e depois apoia o radicalismo",blá, blá, blá.

Por último, este post parece-me ironicamente assertivo. Os seus comentários é que são próprios de quem não percebe que a política não é mesmo religião, que os Evangelhos não servem para revolver dilemas do TGV ou do Crescimento da Economia. Louçã percebe isso muito bem, excepto quando lhe dá jeito aproveitar-se também da religião para fins eleitorais.
Por último:
Ser cristão não é autoproclamarmo-nos como mais pertos de Cristo, ou Cristos do século XXI, nem propagandear que nos preocupamos mais com os pobres e injustiçados do que os outros.
Ser cristão é sobretudo e essencialmente acreditar que Jesus Cristo é Deus, veio à Terra enquanto homem, foi cruxicicado para salvação da humanidade, redimindo-a da morte e do pecado, e que ressuscitou ao Terceiro Dia. Não me parece que Louçã acredite nisto; mas mesmo que acredite, que interessa isso para a campanha eleitoral, se ele próprio foi o primeiro a dizer que padres em campanha eleitoral era "uma vergonha"?

Cumprimentos.