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O quebra-cabeças Social-Democrata

por Afonso Azevedo Neves, em 16.09.09

Posso imaginar o enfado da imprensa pelo repetido martelar do assunto TGV e Espanha nesta campanha.

 

Não será muito aliciante para o trabalho diário de um jornalista assistir à repetição à náusea da argumentação sobre o assunto. No entanto e embora as elites - espécie que não estou certo que exista - tenham franzido o nariz aos argumentos de Manuela Ferreira Leite, os argumentos calam fundo no povo e considero fazerem parte de uma jogada muito inteligente e pensada. Como morrer afogado, cair de um precipício ou cegar são "terrores" íntimos, no caso dos portugueses, do povo na rua, a “ameaça espanhola” é um medo ancestral e histórico.

 

Que o PS se tenha deixado enredar só se explica por desespero e desorientação. Diga-se de passagem que a jogada é inteligente e obriga a uma “resposta” inteligente. Não sei se a inteligência não é uma qualidade demasiado escassa por aquelas bandas e pelos exemplos espanhóis parece ser também esse o caso no PSOE.

 

O único candidato, para além de Manuela Ferreira Leite, que percebeu a armadilha foi Paulo Portas que já tratou de desclassificar a questão ao máximo e sugerir outros assuntos. Percebe-se a urgência da iniciativa quando assistimos aos restantes candidatos a tentar fazer piruetas mentais com o quebra-cabeças social-democrata. Até agora ninguém aterrou de pé.