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Para além do debate entre o Rodrigo Moita de Deus e a Marta Rebelo ontem à noite, a TVI24 transmitiu também um debate entre os candidatos à Câmara Municipal de Oeiras. Isaltino de Morais esteve como de costume, mas mais: mais histriónico, mais condescendente, mais prepotente. Inovadora foi a defesa que esboçou do seu mandato: "Ah e tal aumentámos a execução orçamental em 70 milhões de euros." Mas onde foram parar os milhões? Ao prolongamento do SATU? Aos centros de saúde por construir? A inexistentes novos 10 000 lugares de estacionamento? Ao metro de superfície entre Algés e Alfragide? Ao Biopark, ao Parque dos Oceanos, à 2ª fase do Parque dos Poetas? Mistério.
Marcos Perestrello apresentou-se à imagem da escola socrática: tudo na forma, nada no conteúdo. Interessante notar que os projectos que anunciou para a CMO são todos competência da Administração Central: basta o PS perder as eleições legislativas para ficar sem programa. O seu momento mais feliz foi quando repudiou com veemência a abordagem de Isabel Meirelles aos problemas judiciais de Isaltino para retomar exactamente a mesma ideia mais à frente, não sem antes namorar o adversário. Sócrates deve ter ficado orgulhoso.
Isabel Meirelles, justamente. A novata. A advogada que nunca fez política, nunca se sentou num Parlamento, nunca afrontou a condescendência de senhores feudais no seu reduto. Notou-se que lhe faltava a ronha assassina que se recomenda para lidar com tais opositores. Mas não deixou de ser a única candidata que verdadeiramente incomodou Isaltino. E não foi só por ter reconhecido sem rebuço a imprudência que seria entregar Oeiras a um candidato pendente de recurso. Foi também porque soube falar da Oeiras real, aquela que não está em maquettes nem em animações 3D e que continua à espera que os benefícios de viver num concelho-modelo lhe batam à porta.
Também lá estiveram Francisco Silva e Amílcar Campos, do BE e da CDU respectivamente. Amílcar fez uma intervenção ponderada sobre transportes, e nada mais se reteve do que disse. Francisco explicou que era a única oposição a Isaltino, mas não teve arte para o demonstrar. Terá sido o fatinho sem gravata à la Novas Fronteiras? notava-se que não estava no seu habitat natural. Conselho: se não pode ir vestido à bloquista para a televisão, experimente uma camisa aberta à Moita de Deus. Pode ser marialva, mas tira as inibições.