31 da Armada

Senhor Respública, Como está o meu caro amigo?
Peço-lhe antes de mais as minhas sinceras desculpas, mas de Sintra fui-me às águas, por causa das cruzes e a fazer um bocado de croché, que tenho uma colcha a meio.
S. Pedro do Sul é sempre aquele encanto.
Depois ainda passei pelo Luso a tratar da gota e tive que esperar uns dias na Curia...as caleches já não são o que eram. Cheguei toda desconjuntada e pelo caminho, não sei o que se passa, só encontrei cavalheiros bem dispostos, com bandeiras e megafones a quererem dar-me beijos. Como deve calcular corri essa corja toda com umas lamparinas bem assentadas e, de luvas, que o frio de manhã  ensopa-de-me nos dedos.
Mas vejo-o de saúde, bem disposto,aconchegado com as pêras que lhe trouxeram da safra do Minho.
Ora ainda bem.Só não queremos é que lhe falte nada.
Esse Rangel eu não vi.Um era Portas outro das Caldas , que era loiça ou louçinha, não me alembro bem, mas de Rangel...também tinha este problema de chegar depressa aqui ao 31 pelo que mandei tocar a caleche o mais depressa que pude e não estive a atentar na graça dos cavalheiros dos megafones
Dê-me só um instantinho para beber uma xícarazinha de chá que já lhe trago as suas empadinhas.

Cumprimentos,

Marquesa de Carabás