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A barafunda em Lisboa traz-me algum conforto intelectual. O autarca da capital é, normalmente, mais polido nos costumes. Não aparece perante a TV em roupão, não agride colegas vereadores, não atira a voz para o Evereste decibélico, não entoa os discursos numa pronúncia nortenha, redonda e arrastada, ou beirã, esse assobio sibilante e telúrico ao som do qual me sinto em casa (isto, claro, até Jorge "O Celente" Coelho, um digníssimo filho de Mangualde, se candidatar e ganhar a Câmara Municipal de Lisboa). No entanto, é bom saber que em todos os homens, independentemente do estilo, corre nas veias uma substância comum, feita de uma mistura gloriosa de ambição pessoal, inveja, tendências delituosas e, essencialmente, jeito para a asneira. A desgraça é que une as pessoas. Não é por semos bons, mas por sermos muito mauzinhos, que nos abraçamos nessa coisa maravilhosa a que chamamos Comunidade.