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Todos os dias vemos e ouvimos Francisco Louçã insultar adversários, ofender pessoas, lançar as sementes de ódio e espalhar a inveja mais ignóbil, com o único objectivo de virar os Portugueses uns contra os outros.
O ar de tele-evangelista da criatura, o modo como fala, o rancor que destila, a forma absolutamente demagógica como tenta enganar pessoas que vivem sérios e muito amargos problemas sociais, é simplesmente detestável.
Soube hoje que no passado dia 5, num discurso na Chamusca, mais precisamente na Carregueira (que o carregue…), Louçã desferiu um ignóbil ataque pessoal a Paulo Teixeira Pinto, como ainda há pouco o tinha feito a Paulo Portas a propósito do caso dos submarinos, num crescendo de vilania que lhe vai sendo cada vez mais característico.
Nessa ocasião, Louçã resolveu também dizer que a República "é a única forma de democracia responsável".
Para além de ficarmos a saber que, para Louçã, a Espanha, o Reino Unido, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega e Holanda, para dar só alguns exemplos, não são democracias responsáveis, ficam algumas perguntas:
Mas qual República?
A República dos sovietes, que é aquela em que Louçã acredita?
Ou a República burguesa pluralista, que é aquela que Louçã detesta?
É que Louçã bem pode encher agora a boca com a palavra Democracia, quando a verdade é que perfilha o trotskismo (que tem como importante corolário a doutrina da revolução permanente), uma das mais radicais tendências do comunismo revolucionário.
Para quem não sabe, Trotski foi um assassino, comissário da revolução bolchevista, que certa vez ordenou o massacre de milhares de russos – comunistas como ele – que se lhe tinham rendido após o fracasso da insurreição de Kronstadt.
Antes de Louçã falar de Democracia era pois bom que, de uma vez por todas, dissesse o que pensa sobre este e outros feitos do camarada Trotski.
E, já agora, que se pronunciasse sobre a seguinte resposta que o seu camarada bloquista, Gil Garcia, deu à pergunta sobre se “O BE prossegue uma via para o socialimo. Como?”: “Está provado que a via parlamentar não o alcança. Não sei porque é que agora se tem medo de falar em revoluções sociais” (Expresso, 7.5.2005).
Quer dizer: um camarada de Louçã acha que a via parlamentar não alcança o socialismo e que deve haver uma revolução social, por natureza realizada contra o pluralismo parlamentar.
O ar de tele-evangelista da criatura, a forma como fala, o rancor que destila, a forma absolutamente demagógica como tenta enganar pessoas que vivem sérios e muitas amargos problemas sociais, é simplesmente detestável."
Pensei que o texto era sobre Francisco Louçã, afinal é sobre Paulo Portas.
"Antes de Louçã falar de Democracia, era pois bom que, de uma vez por todas, dissesse o que pensa sobre este e outros feitos do camarada Trotski.
E, já agora, que se pronunciasse sobre a seguinte resposta que o seu camarada bloquista Gil Garcia deu à pergunta sobre se “O BE prossegue uma via para o socialimo. Como?”: “Está provado que a via parlamentar não o alcança. Não sei porque é que agora se tem medo de falar em revoluções sociais” (Expresso, 7.5.2005)."Se a Louçã questionarem frontalmente se é um comunista e qual a sua opinião acerca da revolução soviética, não existirá a mais remota hipótese de fuga. O tergiversar apenas confirmará a verdade que no fundo, todos conhecem.
A obsessão que Louçã professa pelo aniquilar do sector bancário, obedece ao respeito canónico pelo pensamento de Lenine. Na lógica da economia de mercado - o capitalismo a abolir -, o crédito deverá ser controlado pelo poder central, ou melhor dizendo, por aquilo que em sentido lato se designa por Partido.
Liquidada pela ruína, a economia capitalista passava então para a fase de adequação à quimera do Plano, essencial à padronização "por baixo" de toda a sociedade, agora refém de um ultra-minoritário sector de privilegiados "condutores das massas em direcção ao socialismo".
O que se torna espantoso é o facto de nenhum dirigente - o culto e informado Paulo Portas incluído no rol - ter jamais confrontado o sr. Francisco Anacleto Louçã com o seu passado sempre tão orgulhosamente presente. O programa do BE é simples, linear e tão previsível como as fases da Lua. Uns arremedos de liberalismo da moda - as questões fracturantes que posteriormente se aniquilariam na fase de consolidação do poder e em nome da moral proletária, tal como aconteceu na URSS, satélites do Leste, China -, servem perfeitamente para abstrair o eleitorado do núcleo duro do verdadeiro e disfarçado programa: a economia e finanças.
Ou a República burguesa pluralista, que é aquela que Louçã detesta?"
A república dos sovietes, certamente. Aquele em que o poder está realmente mais próximo das pessoas, não se esgota no poder votar de 4 em 4 anos. O facto de não acreditar na democracia parlamentar burguesa não implica que não acredite na democracia. Em teoria, a democracia dos sovietes (cujo último foi esmagado em kronstadt por trotsky) é bem mais "pura" do que a que vivemos hoje em dia.
Mas vá lá alguém conseguir explicar isso a gente do PS ao CDS. Será na altura dos vossos filhos que se tirará das prateleiras os livros que Louçã leu (e, brilhantemente, escreveu).
Hoje, o Bloco é um partido com um tamanho considerável mas nem um terço comunga sequer do socialismo.