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Nos últimos quatro anos assistimos a um movimento de decapitação do ensino em Portugal. À força de medidas superficialmente benévolas e inspiradas, onde a necessidade de uma avaliação de professores era um imperativo de qualidade desejável, lenta mas inexoravelmente e sem que para tal fosse alheio o comportamento da anterior Ministra da Educação mas sobretudo uma velha e estafada tradição do “eduquês” em Portugal, um conjunto absurdo de regras e a sua posterior aplicação levou a que os mais experientes professores desejassem mais que nunca um merecido descanso que os poupasse às agruras do processo tolo e perigoso em que se transformou a ideia da avaliação.
Sobraram os que ainda não estando dispostos à reforma antecipada estavam ainda dispostos a enfrentar velhas imposições de igualdade que tem tanto de irrealista como de irresponsável, sempre sujeitos à manipulação oportunista de Governo e Sindicatos. Essa velha ideia, com décadas de resto, foi então levada ao absurdo.
Em vão se tentou mascarar a tolice com a igualmente estafada ideia de mérito, ignorando-se propositadamente ou por pura incompetência, que a ideia de igualdade assim aplicada exclui a necessidade do mérito. Pior que isso, a igualdade deixou de ser a de oportunidades – também ela irrealista – mas a de igualdade como fim último culminando no absurdo: o estatuto da avaliação do aluno.
Assim, de uma assentada, professores e alunos foram libertos das responsabilidades, da mais justa comparação entre os que se esforçam e os que não fazem e porque, é bom perceber, a igualdade tal como vista por este governo que agora volta a funções e sujeita como sempre esteve aos sacrossantos rankings, só se afigura exequível no espaço curto de tempo se as exigências e pontos de referência forem as do mínimo exigível. Satisfazem-se os rankings e os medos eleitorais, sacrifica-se o futuro e as expectativas de quem se esforça.
Concluindo: Se somos todos iguais, se nos fazem iguais e se os resultados serão nivelados sempre pelo professor ou o aluno mais fraco, de que serve o esforço? Para que interessa trabalhar mais que o próximo? A resposta está aí para todos verem.