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Os dias do 31: A "esquerda revolucionária" e Jaime Neves

por Luís Filipe Coimbra, em 25.11.09

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Em 1975, já depois das eleições para a Assembleia Constituinte, tornava-se evidente que o PCP e a sua ala no MFA (Movimento das Forças Armadas) estavam triunfantes: para eles e os seus "compagnons de route" o que interessava nesses tempos era a  "Aliança Povo-MFA" e não os resultados eleitorais e a vitória esmagadora do PS e dos partidos políticos democráticos nas eleições de Abril para a Assembleia Constituinte.

Tratava-se, para quem tivesse um mínimo de cultura política, de um processo revolucionário traçado a papel químico da revolução bolchevique de Outubro e dos acontecimentos pós 1917 na União Soviética.

O que é que aconteceu ao longo da história dos PC's no poder durante o século XX?

Na URSS o Partido Comunista procedeu ao fuzilamento de todos os "desvios esquerditas" que tinham participado na revolução.

Durante a guerra civil de Espanha, nos anos 30, o mesmo aconteceu em muitas zonas controladas pelo PCE, designadamente na Catalunha.

Em 1940 Trostsky - o fundador do Exército Vermelho -foi asssassinado no México a mando de Staline.

Durante a "guerra fria" esta "prática política" repetiu-se nos Países do Leste Europeu e continua ainda hoje bem evidente na Coreia do Norte e em Cuba.

Em 1975, Portugal esteve à beira de uma guerra civil. E só quem não viveu nesses tempos é que poderá duvidar que para a direita do PC éramos então todos apodados de "fascistas".

Sem a democracia que Ramalho Eanes, Jaime Neves e até mesmo Vasco Lourenço ou Melo Antunes ajudaram pela força a instaurar, obrigando o PCP a deixar-se de veleidades golpistas e a respeitar os resultados eleitorais,  os Deputados do Bloco não estariam hoje na Assembleia da República, mas a adubar um qualquer cemitério.

É por isto que continuo sem perceber que razões levam ainda hoje a "esquerda à esquerda do PC" (do PSR aos Anarquistas) a não prestar homenagem aos militares do 25 de Novembro e a Jaime Neves.

Será só ingratidão?

 


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Social-Fascista a 26.11.2009 às 05:16

Foi pena o PC - partido social fascista segundo a terminologia dos maoistas do MRPP - não ter limpado o sebo a essa cambada de esquerdistas e pequeno-burgueses
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Foi pena o PC - partido social fascista segundo a terminologia dos maoistas do MRPP - não ter limpado o sebo a essa cambada de esquerdistas e pequeno-burgueses
<P class=incorrect name="incorrect" <a>apanascados</A> .</P>
Hoje, Portugal, à beira da bancarrota e da irrelevância, tem que aturar e sofrer essa fauna esquerdista  e que está distribuida por tudo o quanto é sítio, desde o governo, desde o PSD ao Bloco, desde a Assembleia, magistraturas, policias, empresas públicas e diplomacia.

Os sobreviventes e herdeiros dessa Extrema-Esquerda andam aí bem engravatados e exibem o mesmo besunto de raciocínio que os anima nesses tempos loucos.
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De Anónimo a 26.11.2009 às 06:01

Como toda a gente que viveu estes acontecimentos sabe, o então Major Jaime Neves, vencedor parcial (porque apenas meramente operacional) do 25 de Novembro, foi um dos maiores derrotados do “26 de Novembro”, ganho de facto pelo Melo Antunes, pelo Vasco Lourenço e por muitos outros puros e heróicos Capitães de Abril.

E ainda bem que assim foi, porque se o “25 de Novembro” de Jaime Neves e de toda a Direita tivesse vencido, poderia até ter sido necessário um novo 25 de Abril.

Felizmente que o 25 de Novembro mais não foi, no final, do que a recuperação da genuinidade da Revolução de Abril, deturpada grosseiramente pelos excessos advenientes do 11 de Março e do Gonçalvismo.

Mais, este 25 de Novembro que a Direita sonhou ter só foi definitivamente vencido em Dezembro de 1980, com a morte de Sá Carneiro e a reeleição de Eanes, afastando assim de vez o espectro de um Presidente da República adepto do 24 de Abril (e ex-servidor do colonialismo no Campo da Morte do Tarrafal).

Mas tudo isto, infelizmente (e também por culpa nossa), é uma grande nebulosa na cabeça das gerações mais novas do que a minha, que nada presenciaram e que foram “formatadas”, ao longo de décadas, pelos mitos históricos forjados pela nossa comunicação social. Por exemplo (e sobretudo!) pelo “Expresso”, entre outros…

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De Jokias Maldonado a 26.11.2009 às 12:13

Para começar, como é que pessoas que acham que se afirmam melhor na sociedade sendo reconhecidas com tres nomes, têm legitimidade para opinar seja do que for.
Até a própria génese deste blogue é ridicula. Acham que sendo revolucionários, com acções revolucionárias que, sinceramente, só dão é vontade de rir, vão conseguir alterar seja o que for numa ordem constitucional que, apesar de podre, é a que respeita a indole natural das pessoas? Monarquias são aberrações da raça humana, quando a raça humana consegue estados de evolução tal que pode perder tempo com caprichos desses.
Acaba por ser natural que, pensando assim louvem terroristas que pela sua acção de 'preservação de tacho' contribuiram para que Portugal seja hoje uma república do cacho da banana podre, com muitos centros comerciais pra malta afogar as mágoas.
A estátua do coronel jaime neves, o precursor da bandalheira do concelho da amadora, é bem ilustrativa da veleidade com que os moita de deus e os coimbras deste burgo tratam o país onde vivem, e os semelhantes que têm a 'infelicidade' de ter de aturar.
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De Réspublica a 26.11.2009 às 14:02

Esquerda dixit...
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De Anónimo a 26.11.2009 às 10:11

"...até mesmo Vasco Lourenço ou Melo Antunes"? Até mesmo? LOL Eu não sei se isto é cinismo, se é ignorância histórica. O que vocês não engolem é que tenha sido sobretudo a esquerda a organizar e a liderar o 25 de Novembro. O 25 de Novembro devem-no à esquerda, ó malta

Pedro
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De Réspublica a 26.11.2009 às 14:03

O Eanes é de esquerda? Porra avisem a malta da Opus para o expulsar...
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De Anónimo a 26.11.2009 às 10:39

"É por isto que continuo sem perceber que razões levam ainda hoje a "esquerda à esquerda do PC" (do PSR aos Anarquistas) a não prestar homenagem aos militares do 25 de Novembro e a Jaime Neves."
É exactamente a mesma razão que vos leva a glorificar e a levantar estátuas a uma e apenas uma figura do 25 de Novembro, precisamente o da vossa cor ideológica, esquecendo ou menorizando todos os outros. Cada um, escolhe as homenagens que mais lhes convém, de acordo com a sua cor, não é?...

Pedro
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De não me deixam dizer quem sou a 26.11.2009 às 10:50

E eu continuo sem perceber como é que a Constituição deixa qu um Partido que esteve na iminência de fazer tudo aquilo que descreveu exista, proibindo ao mesmo tempo os partidos que sejam considerados fascistas.
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De jokias maldonado a 26.11.2009 às 12:15

Aí pelo Pnr tá-se melhor, não é?
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De Réspublica a 26.11.2009 às 14:05

Não se trata bem disso, a CRP foi feita em 1976 onde não se conseguia proibir o PCP, como fizeram aos partidos democratas cristãos e de direita logo após o 11 de Março, tratava-se de uma questão em que o Gen. Eanes esteve bem, evitou-se a guerra civil, pois sabia-se que os PC's seriam derrotados nas urnas, hoje sim pode-se pretender sem riscos a inconstitucionalização/ilegalização de todos os partidos anti-democráticos.
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De alfa a 27.11.2009 às 10:43

Noções básicas de geografia:

O contexto socio-politico português é mais proximo de:

a) Coreia do Norte
b) Cuba
c) França, Itália ou Finlândia


Noções básicas de História:

O contexto socio-político português em 1974 é mais próximo de:

a) Russia de 1917
b) Espanha de 1933
c) Europa ocidental pós-segunda guerra mundial
Respondidas a estas questões e como exemplo, veja-se os seguintes dados, que podem ser completados com outros semelhantes, nomeadamente da Itália e da Finlândia.

http://en.wikipedia.org/wiki/French_legislative_election,_November_1946 (http://en.wikipedia.org/wiki/French_legislative_election,_November_1946)

http://en.wikipedia.org/wiki/French_legislative_election,_1958 (http://en.wikipedia.org/wiki/French_legislative_election,_1958)

Assim em 1958, com mais votação que os avôs da UMP os comunistas franceses têm menos 122 deputados, aberração da mui democratica lei eleitoral !!!

Fica portanto claro que todos os comunistas ocidentais eram fuziladores em potência, mesmo não reagindo quando o Estado de Direito lhes corta o passo "democraticamente"...

Num país em que a Direita conseguiu transformar a educação numa fabrica de bracitos para o trabalho pode continuar a propaganda desonesta e a perpetuação dos lugares comuns. Ninguém vai protestar ou contestar. Até ao dia...
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De Durruti a 26.11.2009 às 13:56

Já não era propriamente o PC a dominar a rua e os quartéis, mas sim a extrema esquerda, da trotskista à maoista. quem agradece ao Jaime Neves é o PC...
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De Velho da floresta a 26.11.2009 às 18:56

Não sei se intencionalmente, mas os símbolos partidários que ilustram este post , são exactamente os que deram origem ao BE (excepto anarquistas), tendo em conta que estas forças, mais ainda que o PC foram principalmente visadas no 25 de Novembro, seguramente que desse lado homenagens aos militares dessa data, só se forem ao major Tomé e ao Duran cujo discurso na RTP foi interrompido. Quanto ao PC apesar de ter dado uma no cravo  (apoio tácito aos Otelistas) e outra na ferradura (nunca explicitamente apoiou Otelo e as suas forças), safou-se nessa noite. Depois quando realmente as coisas começaram a tornar-se perigosas, para a sua (não será exagero dize-lo) sobrevivencia, surgiu a preciosa intervenção do Melo Antunes, que salvou o PC senão do desaparecimento, pelo menos de perder a sua influencia politica. Pelo que daqui também homenagens aos militares do 25 de Novembro, só se forem os inefáveis Melo Antunes e Vasco Lourenço e como quem não quer a coisa, aproveitam e juntam distraidamente ao ramalhete o companheiro Vasco só pela saudade.
Ah Já me esquecia, na génese do BE , também entra o movimento politico do Miguel Portas, o gigantesco politica XXI

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