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Em 1975, já depois das eleições para a Assembleia Constituinte, tornava-se evidente que o PCP e a sua ala no MFA (Movimento das Forças Armadas) estavam triunfantes: para eles e os seus "compagnons de route" o que interessava nesses tempos era a "Aliança Povo-MFA" e não os resultados eleitorais e a vitória esmagadora do PS e dos partidos políticos democráticos nas eleições de Abril para a Assembleia Constituinte.
Tratava-se, para quem tivesse um mínimo de cultura política, de um processo revolucionário traçado a papel químico da revolução bolchevique de Outubro e dos acontecimentos pós 1917 na União Soviética.
O que é que aconteceu ao longo da história dos PC's no poder durante o século XX?
Na URSS o Partido Comunista procedeu ao fuzilamento de todos os "desvios esquerditas" que tinham participado na revolução.
Durante a guerra civil de Espanha, nos anos 30, o mesmo aconteceu em muitas zonas controladas pelo PCE, designadamente na Catalunha.
Em 1940 Trostsky - o fundador do Exército Vermelho -foi asssassinado no México a mando de Staline.
Durante a "guerra fria" esta "prática política" repetiu-se nos Países do Leste Europeu e continua ainda hoje bem evidente na Coreia do Norte e em Cuba.
Em 1975, Portugal esteve à beira de uma guerra civil. E só quem não viveu nesses tempos é que poderá duvidar que para a direita do PC éramos então todos apodados de "fascistas".
Sem a democracia que Ramalho Eanes, Jaime Neves e até mesmo Vasco Lourenço ou Melo Antunes ajudaram pela força a instaurar, obrigando o PCP a deixar-se de veleidades golpistas e a respeitar os resultados eleitorais, os Deputados do Bloco não estariam hoje na Assembleia da República, mas a adubar um qualquer cemitério.
É por isto que continuo sem perceber que razões levam ainda hoje a "esquerda à esquerda do PC" (do PSR aos Anarquistas) a não prestar homenagem aos militares do 25 de Novembro e a Jaime Neves.
Será só ingratidão?