Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Revistas femininas

por Afonso Azevedo Neves, em 15.12.09

No quiosque junto à estação, pendurada como panfleto, está mais uma revista feminina, daquelas de moda em que só se percebe que o é porque está uma gaja escanzelada e com ar de que foi apanhada num vagalhão na capa.

Digo que só se percebe pela gaja porque se lermos os vários títulos e os 4 gajos que estavam na fila leram estarrecidos, as ditas revistas são uma mistura entre avisos/ameaças/consultório sexual/chantagem absolutamente irreais. A coisa anda à volta do mesmo: um festival de exemplos, técnicas, exigências e imposições ao macho português absolutamente loucas e impossíveis em que um gajo tem de parecer um modelo saído de um anúncio da Boss, um atleta sexual de alta competição, galã, romântico, original, bem-humorado, inteligente e rico, riquíssimo. Tudo isto com umas doidas a testemunhar que existem gajos destes no mundo e até estiveram com eles no fim-de-semana passado, numa ilha no Índico, em louca “cambalhota” em cima de um coqueiro e durante 11 horas com um ligeiro intervalo para ele ir buscar flores para lhe oferecer. 

 

Os quatro gajos e eu fingimos que nem vimos aquilo e toca de olhar para as revistas de carros, para as nossas que se limitam a mostrar uma gaja boa e a dizer que ela é boa, não está lá nada a dizer que tem de ser mais coisas. A gente contenta-se com boa.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

Sem imagem de perfil

De Goz a 15.12.2009 às 13:34

Então, devo ser totó... se é assim difícil andar em cima de sapatos de 15 cms de altura, porquê fazê-lo? Se é uma proeza circense, porquê insistir nela fora da grande tenda?
Sem imagem de perfil

De Clara a 15.12.2009 às 14:35

se a pergunta era para mim digo-lhe só que em lado nenhum dei a entender que o faça.
Sem imagem de perfil

De Goz a 15.12.2009 às 15:57

Clara, nem teria de o fazer, não ando (falo por mim) a perseguir-lhe a coerência entre o que diz e o que faz. Aliás, entre não o ter dito, e só ter dito que não o disse, gera-se uma apetência artificial em saber afinal se só temos aqui a negação de uma afirmação, ou se vamos chegar a saber se a Clara não fala do alto de 15 cms calçados e, o fundalmental e essencial, se a Clara recrimina o seu uso e o seu contributo para o estereótipo feminino e do travestismo em doses iguais.

Em paralelo: tenho as minhas dificuldades conjugais, cada dia colecciono desentendimentos, a maior parte das ocasiões até comemoro se forem apenas desentendimentos, e percebo que os géneros são diferentes, têm expectativas, comportamentos distintos, etc., etc. Portanto, não julgo ou culpo a própria pessoa, nem sequer condeno o género, e tento desorientar a minha agressividade. O que abomino mesmo é a estranha forma de polarizar os géneros, são... "opostos", em todo o lado se lê que os sexos são opostos, e é uma barbaridade, embora acabe por esclarecer muitas das intenções à partida.



 
Sem imagem de perfil

De Clara a 15.12.2009 às 16:08

não era aí que eu queria chegar quando comentei, era apenas a dizer que isto são coisas que nos impomos [ou nos é imposto, para vender qq coisa]  uns aos outros, mulheres homens [e se calhar até a alguns animais]. se recrimino esse tipo de imagem de "pessoa perfeita"? não.
Sem imagem de perfil

De Goz a 15.12.2009 às 16:20

Ok, I gotcha now.


 

Comentar post