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Sinais de fumo

por Pedro Marques Lopes, em 03.03.07

Como me parece evidente, o Estado deu um sinal que não acredita no mercado. Se acreditasse teria, pelo menos, dado um sinal votando favoravelmente a desblindagem dos estatutos. Não o fazendo, apoiou claramente fórmulas que visam bloquear o funcionamento do mesmo. Era só isso que se pedia, rigorosamente mais nada.

Não se põe em causa se a OPA seria boa ou má, longe disso. Também, não parece que mesmo que o Estado tivesse votado a favor alguma coisa de substancial mudasse (apesar de a minha namorada ter feito umas contas e verificado que, se o Estado por intermédio da Caixa tivesse votado favoravelmente o resultado seria: a favor 49,6 e contra 40,9%, sem contar com os votos do Estado propriamente dito) já que para o fim do bloqueio dos Estatutos eram precisos 2/3 dos votos.

Seria absolutamente legítimo e provavelmente desejável, que o Estado e a Caixa, mais tarde e em sede de mercado, não vendessem as suas acções. Só se pedia, repito, um sinal e esse foi claramente dado, porém, no sentido oposto ao desejado.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Vítor Cunha a 03.03.2007 às 13:10

Meu caro Pedro,

tens sorte em ter uma namorada consultora. Precisas, provavelmente, de encontrar uma jurista especializada em operações de mercado. Conheço uma muito jeitosa. Call me.

Agora a sério: não acharias estranho que o Estado português decidisse mudar toda a sua orientação dos últimos anos precisamente porque Belmiro exigia? Qual a leitura possível? «Sócrates cede aos interesses»? Não achas que se o Estado tivesse mudado de opinião em relação à «golden-share» e em relação aos estatutos já não o teria feito antes? Repara, e seguindo o teu raciocínio, esta abstenção pode até ser um sinal do que aí vem. O que falhou aqui foi a forma como o ofertante quis condicionar o Estado. E isso não é admissível. Sócrates marcou pontos porque fez aquilo que tu, certamente defendes: fez vingar o primado do poder político.

Abraços grandes e viva o FC Porto
vc

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