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Amigo Vítor,
Como te deves recordar (falamos disso um par de vezes) tinha muitas dúvidas sobre esta OPA e, nomeadamente, sobre o comportamento negativo que a ANACOM e a Autoridade da Concorrência tiveram neste processo. Entendi, e entendo, que estas duas entidades foram “a reboque” desta OPA no que diz respeito à necessária separação das redes, à alienação das empresas de conteúdos e analisaram de forma deficiente a situação de posição dominante que, inevitavelmente, se ia dar com a junção da TMN e Optimus.
Tudo isto, porém, não impede que eu defenda que o Estado deveria ter uma posição neutral neste processo. Por posição neutral deve ser entendido que deveria deixar o mercado funcionar. Ao não assumir essa neutralidade, votando a favor da manutenção do bloqueio estatutário, contribuiu para que o mercado não funcionasse.
Disse-o atrás e repito: a votação do Estado não alteraria, neste caso concreto, nada. Dava porém um “sinal” ao mercado que eu penso ser importante nesta altura em que se pretende uma economia mais aberta e com menos interferência do Estado.
Quanto àquilo que chamas “tentativa de condicionar o Estado”, lamento, mas não vejo nada do que vês. Pedia-se, apenas, que o Estado não interferisse no mercado e este momento seria tão bom como qualquer outro. Estamos sempre a tempo de corrigir erros. Perdoa-me o abuso, mas não é por um mercado mais livre que nos debatemos?
Uma última nota: claro que defendo o primado do poder político mas jamais em questões que devem dizer, só e apenas, ao mercado. Como tu e eu sabemos, na esmagadora maioria das situações em que o poder político se “mete” com o mercado, cria problemas e destrói valor.