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Meu caro Manuel,
entre as minhas fraquezas não se conta a tentação de anulação do contraditório. Mas, pelo meu lado, não tenho muito mais a acrescentar à questão de fundo.
Ainda assim, folgo em saber que a Sonae já dispõe de mais de 1000 utilizadores. Já fui abordado das mais diversas formas para subscrever o serviço, mas nunca o fiz. Sabes porquê? Porque é muito mais fácil multiplicar acessos, dentro de casa, a partir do sinal do cabo do que do ADSL . Tenho fichas de tv em todas as divisões prontas a receber esse sinal; pelo que me informaram as meninas da Sonae, com ADSL há limitações de desdobramento. Talvez essa razão não seja importante para os 1000 utilizadores, mas para mim até é. Manias. Não sei quantos clientes tem a Cabovisão a subscrever o triple-play; considerando a área geográfica de actuação deve ter milhões. Sei que a minha sogra tentou várias vezes contratar esse serviço e abandonar a PT. Contactou a empresa duas ou três vezes e foi sempre mal tratada e ignorada. Optou por ficar onde sempre esteve. Este dado da qualidade do serviço não é marginal e, acredito, tem sido a qualidade que tem levado à mudança de operador por parte dos clientes residenciais. O preço também conta, mas para ter bons preços é necessário efectuar investimentos... pois é. Foi por isto tudo que abandonei a Novis cá em casa.
O eventual «conflito de interesses» que evocas não é razão para não podermos discutir o assunto com menos liberdade. É isso que nos permite ter esta conversa num nível menos emocional e mais racional, e com algum conhecimento das causas e das coisas.
Para finalizar: a CGD afirma ter optado pela via que mais valor lhe confere; o Estado não tomou partido porque não quis que o seu voto influenciasse o mercado. Os adeptos do mercado, contudo, prefeririam que o Estado exercesse um direito que contestam (o veto), para demonstrar que estava ao lado dos liberais. Compreendo a particularidade da tua situação, mas não me consegues convencer que aquela abstenção não é razoável. Se o Estado quiser sair da PT, se quiser largar a «golden-share», não o pode fazer a meio de uma disputa entre privados porque, aí sim, estará a beneficiar uma das partes. Talvez tenha existido aqui um erro de análise por parte do oferente. Talvez se não tivesse imposto a deslindagem como condição de sucesso pudesse, depois de o mercado se pronunciar, ter mais sucesso.
Como vês, já me estou a repetir.
Abraços do