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Se o país não endoideceu, anda lá perto...

por Francisco Proença de Carvalho, em 04.02.10

Não sei se muitos já se aperceberam disso, mas estamos a criar um país perigoso.
É perigoso:
- Um país em que se banalizam as escutas telefónicas como meio de prova e, pior, mesmo que inválidas, publicam-nas impunemente na internet e meios de comunicação social;
- Um país em que qualquer pessoa já pensa duas vezes antes de falar ao telefone;
- Um país em que se faz política com base em escutas telefónicas judiciais declaradas nulas;
- Um país em que um Juiz de um Tribunal de 1.ª Instância, impunemente, não cumpre despachos do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
- Um país em que a maior parte dos casos mediáticos e importantes vão parar às mãos de um único Juiz de Instrução (como acontece no DCIAP);
- Um país em que um jornalista (à noite) e opinion maker (de manhã) pretende noticiar e opinar com base em alegadas escutas de um amigo de supostas conversas de café de terceiros;
- Um país em que um grupo de deputados do partido do governo propõe a publicação na internet dos rendimentos dos cidadãos como forma de combate à fraude e corrupção.
Isto não é o país das maravilhas… Temos muitos problemas. Mas talvez seja melhor ter alguns corruptos, do que viver num país de bufos, invejosos e vouyeurs. Espanta-me ver tanta gente a apoiar determinadas causas e a achar que os fins justificam todos e quaisquer meios. Repito: isso é perigoso, muito mesmo…


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Carlos Silva a 04.02.2010 às 03:51

Enfim, um país cujo primeiro-ministro foi, até há pouco tempo, suspeito pela polícia inglesa de estar envolvido em actividades criminosos, situação única na Europa.
É uma singularidade a acrescentar às que refere.
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De Gonçalo a 04.02.2010 às 10:34

Outra singularidade é o facto de se continuar a insistir no facto de pois da dita policia inglesa ter arquivado o processo por improcedência. Ou, porque não, o facto de se irem aranjando mais singularidades à medida que as anterioresvão sendo desmentidas ou desmistificadas. Enfim... a quem não sabe cavar, até a enxada atrapalha.
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De Jorge Silva a 04.02.2010 às 11:25

Meu caro Francisco Proença de Carvalho será que é mais um que se preocupa com os meios e na realidade não se apercebe que branqueia os fins! Na realidade vivemos sim num país que intelectualmente se preocupa mais com a forma do que com o conteúdo. Ora bem...Será? Mas será que é isto se passa num país corrupto onde a justiça não funciona e onde esses meios são a única saída esclarecedora?
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De FMF a 04.02.2010 às 15:47

Pois é Jorge Silva. Essa préclaridade toda é muito assertiva até ao dia em que os meios se estiverem nas tintas para os seus direitos e se vir na circunstância de ter que provar o contrário do que dizem de si.
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De Jorge Silva a 05.02.2010 às 23:18

Teorias meu caro..teorias! Teorias da treta que em nada preocupam a quem é honesto! Como resultado temos o quê? Temos o constante e permanente BRANQUEAMENTO da criminalidade. E digo-lhe mais...das coisas que já me chateiam é observar essa realidade e depois ter ainda e aturar o "parlapié" dos juristas...Farto, meu caro...FARTO! Farto desta treta toda!
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De Anónimo a 04.02.2010 às 15:57


Pois, o facto é que, sem as escutas, havia muita coisa que passava ao lado (e bastante grave). Se, infelizmente, este é o único meio de se ficar a saber quem são e o que fazem  estes desgraçados, então vivam as escutas e quejandos. Embora não se faça justiça, sabe-se quem sãos os corruptos e as tropelias que cometem. A bem da nação.

Epicteto
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De Gonçalo a 04.02.2010 às 16:30

O problema, medroso, não é a circunstância. É a instância. É muito giro saber isto tudo e vasculhar na vida "destes" personagens que, para si, são quase abstractos. O problema é quando o método chegar a si. Ou aos seus e àqueles que ama. Ou a um qualquer desgraçado totalmente inocente. Quando alguém pegar numa sua conversa - por mais cândida que seja - e a deturpar com fins de o prejudicar. Aí, caríssimo, quando tiver se ser você próprio a provar que é inocente (contra a omnipresença dos media e a velocidade de disseminação quase viral do youtube) é que vai ser o bom e o bonito. Portanto - e como este é um dos pilares do Estado de Direito - qualquer violação a esta norma é-me perfeitamente repugnante. Porque daqui até à justiça popular (e a total cobardia que as suas palavras encerram, voluntaria ou involuntariamente) é um saltinho.

Dou-lhe dois exemplos: apanho-o a falar ao telefone com um vizinho a dizer que vai "durante o fim de semana vai degolar aquela porca". Como tudo isto é basicamente incontrolável, alego que o medroso confessou, não que tinha ido à terra tratar dos fumeiros para o ano, mas sim que era responsável pela premeditação de um qualquer homicidio horrendo.

Punha as escutas no youtube, punha lá umas fotos de uma desgraçada qualquer assassinada num pinhal junto a EN1 - para criar ambiance - e pronto. 'Tavas entalado. A bem da nação. Bem podia o tribunal dá-lo como totalmente inocente, considerar (e bem) a acusação totalmente infundada, dar-lhe uma medalha e queixar-se dos tipos que constroem estes casos... a sua reputação estava arruinada. Um futuro patrão ia pensar duas vezes antes de lhe dar trabalho. Os pais dos amigos dos seus filhos iam começar a olha-lo de lado... entc e tal e coiso. A bem da nação, porque nunca fiando e isto é tudo uma cambada e hoje em dia não se pode confiar em ninguém.

Melhor ainda... por ser ainda mais credível. Imagine que, por desgraça, um seu amigo se enrolava aí nuns negócios escuros no tráfico de caramelos El Caserio. Por acaso, num telefonema, até falam de doces, que as peta zetas eram boas, mas o que gostava era de caramelos. Risota, o desta é que o benfica lá chega, e mais o caraças e ficavam por aí. Um ano depois o seu amigo é filado pela polícia. As escutas vêm à baila e, por mais que uma unica conversa seja inconclusiva - exactamente porque pode ser descontextualizada - as escutas vêm parar ao jornal. Tudo redigido, o medroso a dizer que "gosta é de caramelos" (já reparou que basta umas aspas?

Olhe, outra ainda mais gira, o Correio da Manhã apresenta um headline segundo o qual o medroso diz: "Eu gosto é de "carninha fresca". Tinha sido eu a dar a dica ao jornalista, depois de o ouvir aí dizer isso no tasco. Bonito, não é? Ia ser um sucesso lá na escola dos seus putos. Na mercearia aí do bairro. E bem podia desfazer-se em explicações... porque o o bichinho ia lá sempre ficar. Há sempre alguem que QUER acreditar. Que GOSTA de acreditar que, lá está, ainda bem que aquelas "provas" o confirmam, apesar dos sacanas dos tribunais o terem mandado embora.

Depois de tudo isto, por mais que tente defender o bom nome, era apenas uma questão de tempo até que meia duzia ai de vigilantes / cidadãos preocupados, depois de mamadas umas quantas minis e médias, o encontrassem na rua. E fizessem, pelas proprias mãos, aquilo que os tribunais não tinham feito: isto é, acusar o porco que tinha admitido que gostava era de "carninha fresca".

Mas enfim. Tinha sido a bem da nação.

Percebe agora o que quer tudo isto dizer? Ou vai deixar o "medo"  (ou raiva ou lá o caraças que for) que tem do socrates toldar-lhe a razão?
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De polaco a 07.02.2010 às 12:13

Ó Gonçalo você está um pouquito atrasado para a vassalagem. Vá começando a pensar no próximo chefe ...
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De Gonçalo a 08.02.2010 às 10:58

Quando não se tem mais nada a dizer, arrota-se a alarvidade do costume. Pobre coitado.
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De Nuno a 10.02.2010 às 10:09

Assertivo, imaginativo e perigosamente perto. Subscrevo na integra. Sou totalmente contra estes métodos pidescos! Um dia muda o detentor do poder e a lei de Talião será uma inevitabilidade!
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De vigilante a 05.02.2010 às 01:51

Pois é,isto das escutas é muito bonito mas é se for cantado,caso contrário é uma boa armadilha.Para os juizes é preso por ter cão e preso por não ter.Se fala em "caramelos" e a acusação for trafico de droga os juizes pensam sempre o mesmo:ou se confessa que os caramelos são droga e eles ficam com a certeza da acusação, se insiste que os caramelos são mesmo guloseimas eles acreditam que os caramelos são mesmo droga e que quem falava ao telemóvel sabia que estava ou podia vir a estar a ser escutado e como tal os estava a despistar.Isto é verdade e passou-se comigo. A determinada altura nas escutas ouvia-se eu a dizer a um amigo às 4 da manha para ir ter a minha casa,pois estava a dormir na minha mae .O</a> agente encarregue do processo descrevia as escutas como de facto tudo tivesse acontecido e sido presenciado pelo mesmo,o que era uma grande mentira pois à data dos telefonemas eu não era alvo de nenhuma investigação e como tal ninguem seguiu os meus passos.A verdade é que o agente com base nas escutas afirmava a pés juntos que eu tive um encontro em minha casa com o meu amigo,o que era uma grande mentira, pois que minha mae vendo-me vestir para sair alertou-ma para o facto de já não serem horas para sair de casa e como tal não fui a lado nenhum. A verdade é que o sr . agente que na altura dos factos estava com os ditos cujos no quentinho com a mulher em casa jurava que eu tinha saido nessa noite.
Factos como este foram muitos e é revoltante ouvirmos a nossa voz, quando pensamos que ninguem nos ouve e ao preço a que pagamos as chamadas,em pleno tribunal,ouvidas e interpretadas à letra, sem terem em conta os sentimentos de brincadeira e outros,bem como o tom e o timbre que port vezes damos às conversas que não têm nada a ver com a leitura fria e à letra que os magistrados dão às mesmas.Eu sei que um dia irei ser incomodado, quando estou revoltado com algo na nossa sociedade digo que era o primeiro a aderir a uma banda terrorista que pusesse estes gaijos na ordem.Digo da boca para fora porque quem me conhecesse sabe que abomino qualquer especie de terror que faça vitimas inocentes. Mas a verdade é que o digo ao telefone e um dia vou ser incomodado com uma acusação de terrorismo. Estou mesmo à espera.Considero as escutas úteis como meio de obtenção de prova,mas infelizmente estão a usa-las como prova o que é muito grave para as pessoas atingidas:A diferença entre eu dizer que mato fulano ou mata-lo é abissal,é a diferença entre estar vivo ou estar morto.Palavras para quê?
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De Vigilante a 05.02.2010 às 03:07

Defendo e sempre defendi a liberdade de imprensa.A liberdade de informar é vital para a democracia,desde que não colida com os direitos,liberdades e garantias dos cidadaos, tal como está constitucionalmente consagrado.A divulgação pública de escutas telefónicas, antes do processo transitar em julgado ou nos casos de absolviçao,deveria ser punido pelos tribunais exemplarmente,atentos os danos pessoais,profissionais,familiares e outros que a divulgação das mesmas causam os intervenientes.Nunca deveriamos esquecer que um sujeito por mais edificios,pontes ou outras obras que faça nunca será um engenheiro se um dia fizer um broche. Será sempre um brochista.Infelizmente é com grande tristeza que eu,que sempre defendi a liberdade de imprensa,vejo a mesma a fazer vitimas todos os dias.Cegos pela pressa de informar nunca pensam nas consequencias desse acto para a vida das pessoas.É caso para dizer "perdoai-lhes senhor que não sabem o que fazem".Ou será que até sabem ?Perguntem ao Carlos Cruz e outros depois da divulgação escandalosa da entrevista à ex-provedora Catalina dias antes da sentença.Infelizmente chegamoa a um ponto em que a nossa imprensa é inquiridora,juiza e carrasco.A quem serve esta "liberdade"? Sómente a quem a controla.Por isso quando perguntaram ao chefe dos etarras porque é que assassinaram um jornalista ?Ele respondeu que uma caneta pode ser uma arma mais mortifera que qualquer outra automática conhecida.
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De MariaDoida a 05.02.2010 às 04:59


Oh! Sempre a dizer mal ... sempre a dizer mal! Estamos mt bem! Pobretes mas alegretes! Não se queixem! -----------------
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De Jonasnuts a 05.02.2010 às 09:26

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De Anónimo a 05.02.2010 às 10:42

meus caros amigos nao acham que os coruptos como:varios politicos,policias,juises,advogados,ministros de varias institucoes,pj,varios empresarios da grande lisboa aredores e Porto, e nao esqueser ex.militares e outros que ainda estao en servico,presidentes de camara,donos de bares,discotecas e boites ate ao mais reles.
nao podemos esqueser a GNR,como outros,sucateiros e outros.amigos todos estes en todas as cidades e aldeias desde do norte do pais ao sul do algarve e comtendo com os que vivem fora do pais mas que trazem sempre aquilo que for presiso se nao podem trazer despacham por coreio sem que ningem comtrole.meus amigos somos coruptos de nascenca nao a remedio e a nossa cultura, que ao lomgo dos anos foi passando de geracao em geracao ,o que esta a acomteser e que esta nova geracao e outra.
portugal esta a se formar nun pais de bufos e porcos ,os pequenos bufam os grandes e os grandes metem os pequenos na cadeia e comtinuan o trafigo todos sabem disso mas ningem faz nada por medo nao querem problemas.
ate ja me esquesia dos brasieleiros,russos,ucranianos,africanos,ingleses,holandeses
entre outros que ja se infiltraram en portugal.
com tudo issto quero disser que os coruptos nao querem que haja pessoas serias pois sao un grande problema para eles,
quem for serio hoje em dia esta fudido.
quem for mafioso o por outras palavras inteligente sera lovado quen for un normal trabalhador que tenta fazer a sua vida com seriedade esta perdido e ningem ajuda ningem ja la vai o tempo em que com a fome todos os dias  camtavon
juntos e comiam uma sardinha para duas pessoas estes tempos aimda vao voltar,com uma diferanca,quem tiver uma sardinha na mao vai ter que comela duma vez pois se nao a comer robanlha da mao.
se voses sobesen o que se passa no parlamento europeu e na na europa toda talvez terian uma visao superior.ate o silencio tem un preco. 
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De Maria a 05.02.2010 às 12:02

Enquanto a Justiça fôr  "Injustiça", nada fará sentido !
   
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De charlie a 05.02.2010 às 12:09

A imprensa necessitamos dela, a verdade é que em tudo nos Portugueses exageramos , vejamos o programa nos por cá . Quantos casos este programa resolve, todos sabemos que somos um povo indisciplinado , invejoso e temos um lado de sadismo que não sei de onde vem. Resta-nos a comunicação social para nos ajudar e desmascarar alguns. E claro que o excesso de medicação faz mal. Mas é este o preço a pagar para o nosso comportamento.

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