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O outro polvo

por Francisco Proença de Carvalho, em 12.02.10

Visto que hoje é dia de polvo na praça, deixem-me falar de outro tipo desta espécie tentacular: o polvo jornalístico. Promovido pelos pseudo defensores/mártires da liberdade de informação/expressão, este é o polvo que resolveu o problema “Santana Lopes”, que está a resolver o problema “José Sócrates” e que resolverá o próximo problema, seja de que partido for. É que, ao contrário do que muitos pensam, isto não é uma questão de partidos ou carácteres. Este polvo não quer saber disso. Apenas está interessado em instituir uma nova ideia de Estado de Direito assente na seguinte trave mestra: todos devemos ser responsabilizados pelos actos que praticamos, excepto eles próprios. Porque quem os tenta responsabilizar está a promover a institucionalização da censura.

Vejo várias demonstrações de rejúbilo pelos acontecimentos recentes, nomeadamente no espaço político de que me sinto mais próximo. Mas, não tenhamos dúvidas: o que acontece hoje ao 1.º Ministro, já aconteceu, noutra medida, a Santana Lopes e acontecerá ao próximo. Portanto, quando vejo os protagonistas políticos a irem atrás desta euforia, só me resta esperar pelo que lhes vai acontecer também a eles. Com mais capacidade do que qualquer outro, este polvo resolve de forma implacável todos os problemas que vão surgindo. E o principal problema é a governabilidade. Não interessa a ninguém! A governabilidade não dá capas chocantes, não vende jornais, não promove estrelas/mártires da liberdade de informação…
Enfrentar este polvo jornalístico revela-se também uma impossibilidade. Hoje ficámos a saber que, pelos vistos, já nem os Tribunais podem ambicionar executar as suas decisões perante esta rede tentacular.
Resumindo: é este polvo que, em parceria com uma face oculta do meio judicial português, nos passou a dizer o que está ou não provado, quem é culpado/inocente, quem pode ou não governar, o que é o interesse público, enfim, a diferença entre o bem e o mal. Quando assim é, o voto passa a ter uma importância muito relativa…


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De MFerrer a 12.02.2010 às 15:00

Uma análise de respeito e com respeito ao Direito. Fico pasmo como neste espaço que por norma pensa pouco e escreve pior, o autor consegue fazer valer argumentos com tal lucidez!
Chapeau!
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De Marcelo do Souto Alves a 12.02.2010 às 15:04


Na minha modesta opinião pessoal, fiquei simplesmente embasbacado por ver um texto tão límpido e ofuscante publicado num "blogue" por norma tão parcamente alumiado. Os meus sinceros PARABÉNS e bem-haja por usar os seus talentos intelectuais para o bem comum, o que é históricamente muito raro nas élites portuguesas, para mal dos nossos pecados...


Um leitor atento, independente, mas muito preocupado com o rumo que a Política está a tomar em Portugal.
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De dutilleul a 12.02.2010 às 17:06

Quase certo da sua olímpica indiferença, saiba mesmo assim V. Senhoria que aquilo que eu sinto ao ler as páginas da edição de hoje do semanário Sol não é euforia nem júbilo como insistentemente pretende.


É indignação, raiva e impotência.


 


Se V. Senhoria é uma pessoa de bem só posso concluir que é imprudente e opina sobre um evento que desconhece. Ou seja: escreve acerca de coisas que NÃO LEU e que nada têm a ver com a edição de hoje do semanário Sol.


 


Mas SE LEU, nesse caso dou-me ao trabalho e á deselegância de lhe dizer que VÁ BARDAMERDA.

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De dutilleul a 12.02.2010 às 17:07

Quase certo da sua olímpica indiferença, saiba mesmo assim V. Senhoria que aquilo que eu sinto ao ler as páginas da edição de hoje do semanário Sol não é euforia nem júbilo como insistentemente pretende. É indignação, raiva e impotência.


 


Se V. Senhoria é uma pessoa de bem só posso concluir que é imprudente e opina sobre um evento que desconhece. Ou seja: escreve acerca de coisas que NÃO LEU e que nada têm a ver com a edição de hoje do semanário Sol.


 


Mas SE LEU, nesse caso dou-me ao trabalho e á deselegância de lhe dizer que VÁ BARDAMERDA.

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De mariahenriques a 12.02.2010 às 18:52

Qual polvo , se for o da saladinha gosto muito lol.

ó exmo Daniel oliveira insigne comentador do reputado programa de televisão da Sic, você por favor não me desoriente.

http://bit.ly/9HrX1j
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De Ana Pereira a 12.02.2010 às 21:40

Bem haja Francisco!
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De Pigeon Detective a 13.02.2010 às 12:18

O problema Francisco é que nem toda a gente sabe que o você é sócio da sociedade de advogados que tem como cliente Sócrates e que o seu escritório juntamente com um advogado de uma outra sociedade de advogados representa Armando Vara no processo Face Oculta. Só lhe ficava bem uma declaração de interesses. É uma questão de higiene sabe. Ou como sócio não tem direito a uma parte na distribuição dos lucros?
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De Anónimo a 13.02.2010 às 15:02

Reitero as questões que supra coloquei ao Francisco Proença de Carvalho.

O seu post, Francisco, cativou alguns leitores pelo que vi...mas creia-me...não me convence. É muito superficial, diz verdades, sim, mas ou o esclarece ou então corre o risco de ver poucos comentadores como eu a questioná-lo da forma que fiz. Não estamos errados!

Ressalvo, porém, a hipótese de o Ilustre pensar e acreditar realmente no que escreveu e de o ter escrito com base no que já viu...não sei...Gostaria muito de acreditar que esta última hipótese se verifica.

Cumprimentos,Image

Educadinha


 
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De Anónimo a 14.02.2010 às 19:41

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<P class=incorrect name="incorrect" <a>Sr.Proença</A> </A></A>de Carvalho, <STRONG>obrigado</STRONG>!</P>
Depois de ter lido a sua entrevista ao jornal <EM>i, este artigo sobre " o polvo jornalístico " e os comentários subsequentes , <STRONG>só posso congratular-me</STRONG> com a clareza da argumentação e, em particular, com a frontalidade das posições políticas que assume em relação à polémica.</EM>
<EM>Não partilho das opiniões liberais que defende, não esqueço que é parte interessada, tanto mais que o afirmou, todavia, as questões que aborda a propósito da pretensa falta de liberdade de expressão, deveriam gerar um mar de criticas das " vítimas"  do " plano contra a liberdade de expressão" . Porque não acontece? </EM>
<EM>Os visados da sua critica têm medo de que? </EM>
<EM>Por agora, limito-me à seguinte questão: As "verdades dos jornalistas" são absolutas que não permitam o contraditório? Penso que não...<br /><br /></EM>
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De tripamoura a 15.02.2010 às 17:06

Revi hoje o filme "Malena" com a Monica Bellucci.
Os jornalistas são como prostitutas de que todos se servem quando dá jeito. Neste caso em particular o déspotazito de serviço, através de um extenso leque de homens de mão, lembrou-se de violar uma delas contra a sua vontade e logo como no filme, os mais fanáticos crentes da bondade eterna do líder se prestam a vir para o terreno apedrejar a rameira, questionar-lhe o carácter, as intenções ou até a forma como escolheu denunciar a intentona.
Obviamente que se essa corja dos jornalistas vivesse em jaulas com menos direitos cívicos que um cão, nunca seriam o alvo da queda em tentação do "menino de ouro", então toca a apedrejá-los, é preciso que não abram o bico e se o fizerem é preciso que ninguém os oiça.
Esperemos que a justa queda do pequeno príncipe que se avizinha não deixe de controlar um pouco a velocidade com que nos últimos tempos se tem reproduzido tanto fanatismo até este limite em que até as evidências e o flagrante delito procuram justificar...

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