Três anos depois, continua a fazer sentido distinguir o que cada um percebeu do que foi o 11 de Março. Como as manifestações que se lhe seguiram demonstraram, de um lado há os que acharam – e se calhar ainda acham – que foi por causa da colaboração com a intervenção no Iraque que Espanha foi atacada. E, portanto, que se ficasse quieta, Espanha não teria bombas. Por outras palavras, foi o que disse por cá o defunto político Ferro Rodrigues quando, exibindo o pior do discurso do medo, declarou, na sequência da Cimeira dos Açores, que Barroso tinha colocado “Portugal no mapa do terrorismo”. É o discurso que os terroristas gostam de ouvir. Do outro lado houve, e há, quem tenha percebido que certas ou erradas, as nossas decisões não podem ser tomadas por medo de represálias. É o único critério que não podemos ter. Não é bravata, é dever. Três anos depois do 11 de Março, continua a fazer sentido a distinção entre os que acham que é melhor não irritar os terroristas, e os que sabem que é um modo de vida que temos de defender. Mesmo que no meio disto tudo todos finjam dizer o mesmo.