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Leio no Blasfémias que Manuela Ferreira Leite reagiu finalmente à proposta de redução de impostos de Marques Mendes. Chamou-lhe "totalmente irresponsável". Não se esperava outra coisa. Diz que não se pode diminuir a receita sem diminuir a despesa. À primeira vista, faz sentido mas o comentário de Helena Matos é certeiro: E alguma vez a despesa estatal diminuirá se continuarmos a garantir mais ou idêntica receita?
Vou ainda mais longe. A novela do défice arrasta-se há quase uma década. Não se faz nada ao défice e não se faz nada por causa do défice. Coisa que nem sequer é novidade. A nossa obsessão com contas públicas engomadinhas é antiga e deformou-nos a mentalidade. O país é gerido como uma mercearia de esquina. E entre o deve e o haver há pouco espaço para o investimento ou para o rasgo. Vai daí, andamos no "ai jesus" com o resto do comércio tradicional.
Há muitas décadas que o país não é governado por gestores, economistas ou políticos. Os contabilistas tomaram de assalto o poder. E não o largam. A bem da nação, dizem.