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Tenho tentado manter-me afastado do aterro sanitário em que se tornou o debate sobre as eleições no PSD (pelo menos o debate na blogosfera). Mas hoje não se fala de outra coisa, andam-se aí a meter com uns amigos e, portanto, que se lixe. Não gostaria de perder a oportunidade de deixar para esta espécie de posteridade que a internet permite o registo da ironia que é uma personagem como o Paulo Gorjão (um aparente bajulador oportunista que se afeiçoou a Passos Coelho com a mesma facilidade com que já se tinha afeiçoado a Sócrates - et pour cause?) achar que existem razões no mundo para se meter com o Nuno Pombo.
O Paulo Gorjão pensa que todos as pessoas vivem da mesma acrimónia de que vive a maioria dos principais intervenientes nestas eleições no PSD. Nem todos vivem. E já que mencionou o CDS - para dizer que estamos todos aterrorizados perante o advento desse boneco do Madame Tussaud's que é, física e intelectualmente, Passos Coelho (ui, tem-se visto como o CDS está petrificado) -, gostava de com conhecimento de causa lhe revelar que esse partido, apesar dos seus debates e rupturas, mantém três regras de civilidade básicas: quem lá está, gosta do partido; quem não gosta de quem lá está, sai do partido; e, na maior parte dos casos, as discussões que se vão tendo não diminuem a amizade, a admiração e o respeito que as pessoas têm entre si. Essa de o Nuno Pombo ser um soldado de Paulo Portas é, como o próprio ali disse em baixo, para rir. Mas igualmente risível seria a ideia de que o facto de o Nuno ter sido um opositor do regresso de Paulo Portas à presidência do CDS fez dele alguém menos considerado pelos seus amigos de sempre - alguns dos quais, circunstancialmente, estiveram do outro lado da contenda.
Se calhar isso é um problema para o CDS: ser assim amiguista, condescendente, paroquial. No entanto, há-de ser um problema bem menor do que o do PSD, ultimamente tão cobiçado por quem visceralmente o detesta. É mais audível, nas brigadas dos dois lados que operam na blogosfera, o discurso de ruptura com o partido do que com a política do governo. Há anos que o PSD vive numa permanete guerrilha auto-destritiva. Alguém acha possível resultar das eleições de hoje qualquer lampejo de unidade? Alguém com responsabilidades na agremiação a quer? Não me parece.
Boa noite, e boa sorte.