31 da Armada

Um ouvinte queixou-se ao Provedor do Ouvinte da RDP - o jornalista Adelino Gomes - de que os profissionais daquela estação usam e abusam de linguagem com conotação religiosa e que o recurso a esta era inadmissível numa rádio pública. Aquele referiu-se, em especial, à circunstância de, no jogo Everton-Sporting, os comentadores terem dito por três vezes "Deus ajude o Sporting" e questionou até a utilização da palavra "oxalá".

Quando se esperava que o Provedor, atendendo ao currículo e experiência que tem,  tivesse uma reacção sensata e explicasse ao ouvinte que as pessoas não deixam de ser quem são, nem de acreditar no que acreditam, nem de terem a cultura que têm, por trabalharem numa estação de rádio pública, e que público significa de todos e não só dos ateus, eis que surge Adelino, o jacobino, reconhecendo que, sim senhor, aquelas expressões eram inaceitáveis e que os profissionais devem recorrer à "autocrítica" para evitar esse tipo de comportamentos reprováveis. O marxisma-leninista mais bafiento não diria melhor.

Restam poucas dúvidas que se avizinham tempos de perseguição aos crentes quando nem num comentário a um jogo de futebol é permitido invocar a divindade...