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O PSD como estrutura partidária é, neste momento, um caso muito sério de irresponsabilidade política.
Não é preciso andar muito atento à actividade política em Portugal para perceber que o PS e o Governo estão a tentar impor mudanças, ou melhor, pseudo-mudanças que não alvitram nada de bom.
São medidas securitárias indignas de um estado democrático, são “meias reformas” que apenas vão bloquear futuras possíveis reformas sérias: como sejam as espúrias reformas da administração pública (como seria de esperar a questão da avaliação dos funcionários públicos foi um embuste que culminou com esta piada das duas classificações negativas), a transformação do Serviço Nacional de Saúde para que tudo fique igual ou pior sem que haja o mínimo de estratégia, nomeadamente, no papel a atribuir aos privados, o encerramento indiscriminado de escolas com uma (i)lógica, meramente, economicista, as medidas “liberais” nos medicamentos que apenas os tornaram mais caros, o lidar com o problema do desemprego de uma forma cega que visa apenas tapar o sol com a peneira sem a preocupação de atacar o mal pela sua raiz. São decisões estratégicas (Otas, TGVs e quejandos) que vão condicionar o nosso desenvolvimento por muitos anos. Enfim, a lista de falsas medidas e equívocos é tão extensa que uma enciclopédia não chegaria para os descrever todos.
Como, quase, todos sabemos a única estrutura partidária capaz de se constituir como alternativa ao Governo e às suas propostas é o PSD. Por muito que custe aos militantes e simpatizantes do CDS, este partido, quer seja com Ribeiro e Castro ou Paulo Portas, apenas pode aspirar a uma conjuntura que lhes permita valer os seus 5 ou 6% para poder negociar dois ou três ministros e meia dúzia de lugares no aparelho do Estado. Mal ou bem, enquanto não houver uma profunda reformulação do nosso modelo de Estado, estes são os factos.
Ora o PSD como organização política em vez de se constituir como alternativa e propor medidas sérias e pensadas vai-se perdendo em jogadas de pequena política que o descredibilizam face ao eleitorado. E, note-se, não é apenas nestas tonterias do tipo “baixa de impostos”, é sim e sobretudo na falta de coragem que as “personalidades” do partido demonstram. Estas pessoas que à boca pequena se riem dos disparates de Marques Mendes estão, no fundo, a colaborar com as medidas de José Sócrates quando se demitem de se apresentar como alternativas dentro do partido. Estes tacticismos do género “não é a hora certa” põem em causa a dignidade do partido bem como o futuro do país.
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