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A forma
Sou contra “as directas” como forma de eleição do líder do CDS, seja qual for a sua configuração. As directas, num partido pequeno, com tão poucos militantes, serão sempre um espectáculo triste, apático, quase patético. Sou contra as directas como método institucionalizado, e, naturalmente, mais ainda como manobra ad hoc, oportunista, para resolver disputa de circunstância.
Paulo Portas, que conste, nunca foi adepto de “directas”. O grosso da coluna pórtista, que se saiba, também não. É um bocadinho constrangedor vê-los agora em uníssono a reclamá-las. Ainda para mais, umas directas feitas em cima do joelho e à revelia dos Estatutos. Para quem se diz institucionalista, esta é uma grande cambalhota.
O conteúdo
“O país mudou”... Paulo Portas, nas aparições que tem tido desde que deu uma conferência de imprensa, ainda não explicou o que é que quer dizer com isto. Mudou para melhor, para pior, ou tão somente mudou? E em que é que mudou? O que é que é diferente agora de há quatro anos atrás, quando estava no governo? “O país mudou” - muito bem - e o que é que Paulo Portas propõe fazer perante “a mudança do país”? Acompanhá-la, contrariá-la, cavalgá-la? Neste momento, nada sabemos sobre aquilo que são as suas (novas?) ideias. Talvez depois de esclarecida a questão de forma, nos seja revelada a opção de fundo. O certo é que, para já, não há conteúdo. Mas apenas forma. E a forma como Paulo Portas se apresentou - a exigir procedimentos, a marcar calendários e a fazer os mesmos jogos de sempre com as palavras - não foi a mais promissora.