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O Paulo escamoteia o essencial.
Distingue Portas de oposição interna. Ora, como toda a gente já percebeu, Portas sempre foi e é a oposição interna. Não há outra.
O debate das directas é um subterfúgio para impedir que se discuta o resto. Os reais motivos que presidiram a esta campanha contínua contra Ribeiro e Castro desde que ganhou o congresso em Abril de 2005. E quais são as ideias geniais e redentoras que Paulo Portas descobriu nestes últimos dois anos que lhe escaparam nos anteriores sete.
O que está em causa é bem mais fundo. É uma tentativa de golpe. Pura e simples. Absolutamente ridícula em quem passou anos de dedo em riste a pregar a d-i-s-c-i-p-l-i-n-a, o respeito pelos órgãos do partido e que criticou a dissolução da Assembleia da República a meio do mandato. Temos, assim, o paradoxo de lidar com um institucionalista-golpista. Um bombeiro-pirómano. Versão Portas reloaded.
O país já deu por isso. Já viu este filme. E troça desta nova encarnação pontuada pelo mesmo estilo de todas as outras. A comunicação social, descontada a pena benfazeja da Dra. Constança Cunha e Sá, é unânime nessa apreciação.
Ganhe quem ganhar, todos perdem. A começar pelo CDS.
Há quem lhe chame “política pura”. Eu chamo-lhe uma miséria.