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Por vossa culpa, vossa tão grande culpa

por Paulo Pinto Mascarenhas, em 28.05.10

Concordo no essencial com o Rodrigo, mas a jornalista Ana Sá Lopes não tirou qualquer conclusão: limitou-se a ouvir e a registar a opinião de um grupo de personalidades marcantes da direita católica sobre a promulgação dos casamentos gays pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa é o único que diz que Cavaco Silva não sai prejudicado. Eu concordo.

 

Cavaco Silva fez aquilo que melhor serve a sua reeleição: no momento da verdade, mesmo que diga agora o contrário, a direita - mesmo a mais religiosa - não vai deixar de votar nele contra qualquer outro candidato das causas fracturantes, no caso Manuel Alegre. A não ser que seja suicida. Para ser reeleito, Cavaco não deve hostilizar o eleitorado ao centro e à esquerda, sobretudo quando se trata de batalhas perdidas. Se o Presidente vetasse o diploma estaria a dar mais uma semanas de alegria à esquerda fracturante culminando numa festa esquerda chic em pleno parlamento, quando fosse reaprovada a lei. Pelo que se leu em alguns blogues mais festivos, percebeu-se a desilusão por Cavaco lhes ter tirado essa oportunidade. Assim, foi ele que teve a última palavra sobre o assunto. Mais: se tivesse vetado, Cavaco estaria a oferecer de bandeja ao candidato Manuel Alegre a única bandeira capaz de unir as várias esquerdas nas presidenciais.

 

Finalmente, a direita - incluindo a católica - só se pode queixar de si mesma na forma como os casamentos homossexuais foram aprovados. Só se pode queixar de si mesma no modo como travou esse e outros combates culturais - nunca apoiou, por exemplo, os projectos editoriais que poderiam marcar a opinião num sentido diferente em Portugal, nunca soube explicar de modo mobilizador aos portugueses porque combatia os casamentos homossexuais. O mesmo, aliás, tinha acontecido com o aborto. Não se atribua por isso ao Presidente da República culpas e responsabilidades que não são dele - e alguns dos entrevistados pelo i bem podem limpar as mãos à parede.

 

(em stereo)


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De FAR a 28.05.2010 às 14:56

Tá certo, agora também o 31 tem de ceder ao politicamente correcto...

Ah, nao podia vetar porque chateava os cravos e as rosas... perdia votos à esquerda...

E curiosamente seria fonte de alegria para outros tantos arco-iris, que poderiam assim montar de novo o circo e comer palhaços durante umas semanas mais. De toute façon... perdia votos à direita...

Ah! E ainda dava a esses todos das cores e dos circos um denominador comum na luta contra a opressao ou isso. Enfin... perdia votos...

9's fora, contas feitas... caga lá nisso, de ser presidente e tal, de tomar a decisao que se impoe, porque é a unica que podia ser tomada em consciência pessoal e colectiva... Dizia eu, caga nisso. Os analistas politicos dizem-na auto-destruitiva. Politicamente incorrecta. Uma chatice.

Nada de novo... um presidente terá sempre de o ser, mesmo contra todas as leis do bom senso.

Mas agora ajoelhar-se o 31 à politiqueta de porqueira... num intendo...

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