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Por causa desta pergunta, o vento sueste dá esta extraordinária resposta:

 

"Pode um dado povo étnico-religioso emigrar para uma dada zona do mundo e declarar-se um Estado? Existem muitos locais na Europa com muita população muçulmana. Querem arriscar uma resposta?"


A coisa sugere dois comentários. Primeiro: conheço gente que tem umas preocupações assim. É uma rapaziada que, normalmente, odeia pretos, judeus e árabes. E mais ainda quando eles se mudam para perto. Calma, eu sei que não é o caso do CN (ou presumo), mas é para explicar como há maus argumentos que sustentam uns ainda piores.

O outro comentário é mais uma sugestão: e que tal um livrinho de História para resolver essa confusão. Assim, muito muito por alto, aquela coisa do Cristo, da cruz e dos romanos que também lá estavam, lembra-se, CN? O Cristo era quê? No tempo de Cristo eles ali eram o quê? Qual era a "etnia-religião"?A História é uma maçada, é o que é.

 

Ah, mas há uma coisa que fica clara: a resposta do Carlos Novais à pergunta sobre se Israel tem direito a existir ou não. Caem sempre.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Carlos Novais a 09.06.2010 às 09:53


Caro HB


Estará a evocar direitos históricos? É esse o argumento?


Por exemplo, no Antigo Testamento sabe-se que os judeus conquistaram esse local que agora evoca como direito histórico. Até são explicitamente mencionados a utilização de espiões.


Os alemães por exemplo, tinham imensos direitos históricos no pós-Versalhes, o que acabou tragicamente a beneficiar a ideologia nazi.


Estranha a expressão "étnico-religiosa"? É estranho sim ver a direita cair consciente ou inconscientemente no tipo de tipo de anulação intelectual de politicamente correcto de que acusa outros.


Quanto à evocação de Cristo, de facto, faz-me lembrar que Jerusalém devia ser uma cidade internacional, para mim, gerida pelas autoridades religiosas dos vários credos. E sempre me pareceu estranho o ultra-sionismo católico (presumo).


Já agora, para que saiba, defendo que se por alguma razão assim for necessário e assim decidido por Israelitas, portugueses e espanhóis deveriam disponibilizar uma solução na Península Ibérica.


Mas muito antes disso acho que Israel tem o direito a continuar a tentar aquilo a que se propôs sem interferências externas, o problema é que a escalada continua, antes era os palestinianos, agora o Ocidente ocupa dois grandes países da zona, a brigada de defensores do Ocidente fazem questão em transformar tudo numa questão civilizacional, como se o mundo islâmico não tivesse por exemplo o pragmatismo comercial das monarquias das suas Cidades Estado. Enfim, desejo-lhes boa sorte, mas sou neutro nesse conflito e Portugal com Estado, também o deve ser. Aquilo tem todo o aspecto de poder ser o rastilho de uma nova Primeira Guerra Mundial, por coisa nenhuma, põe-se tudo a matar e a destruir mutuamente evocando o carácter sagrado das "alianças". Uma coisa muito lógica. Há quem goste.
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De Henrique Burnay a 10.06.2010 às 14:58

Não estou a invocar direitos históricos. Não entro nessa lógica. Estou a corrigir a sua tese que compara a criação de Israel com um povo imigrar para um território e decidir criar ali um Estado. 
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De Carlos Novais a 10.06.2010 às 16:36

Bem, existiu imigração para, e foi declarado um Estado. 


Mas não estou a por de parte as motivações e o enquadramento para o terem feito (incluindo o Império Britânico ter feito a promessa de soberania a ambas as partes - pratica antiga na gestão de interesses britânicos), mais do que compreensível nessa motivações. Mas não deixa de ser um movimento migratório.


De resto, os direitos históricos se o levarmos como enquadramento histórico, devem ser tidos em conta. Não é que se devam colocar de lado.


O problema de todos os Estados é que são em geral construídos contra outros quando estão em causa zonas não estáveis e não homogéneos (etnicamente, etc). E o de Israel não é diferente dos outros. Isto para o bem (não está a tentar mais do que aquilo que outros fizeram algures na história) e para o mal (existirem precedentes mesmo abundantes em si não é um critério último de justiça).


Seja como for, a possibilidade de migrações poderem acabar em potencialmente reivindicações de Estados, mesmo que pequenos Estados é explosiva. Já a secessão (coisa de que sou a favor como princípio constitucional) que está a despontar por todo o lado já o é (Catalunha, Escócia, etc), mas quanto mais se adicionarmos movimentos migratórios a esse cenário.

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