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O Papa como padroeiro da ACA-M

por Manuel Castelo-Branco, em 25.03.07
Há uma semana ficamos a saber que há um Sr. – o  Padre200 que anda no “picanço” e a 200 Km/h na Autoestrada. Não sei se o que me chocou mais foi a irresponsabilidade do acto, se o orgulho tipo imaturo adolescente e pouco inteligente.
 
Esta semana ficamos a saber que o Sr Manuel João Ramos e a sua denominada Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados acha que o Papa poderá resolver o problema da sinistralidade em Portugal. O Papa é agora uma versão actual de S. Cristóvão, padroeiro dos viajantes.
 
Há de certeza um grande equívoco na cabeça deste senhor e da sua associação, confundindo assuntos públicos com aqueles que devem ser exclusivamente da esfera privada. Recorrendo ao Papa, o Sr M. J. Ramos pretende julgar muito mais que a responsabilidade social do Padre200 mas subliminarmente coloca em causa também a sua capacidade em conduzir a sua paróquia e os seus fies ou a sua fé. Fazendo-o, intromete-se em assuntos que não lhe dizem respeito nem a si nem à dita associação. Fazendo-o assume uma autoridade moral que não tem – única e irrefutável que sobrepõe em virtudes e pureza aos dos restantes mortais.
 
Na cabeça do Sr. M. J. Ramos, se for um Padre recorre-se ao Papa, um Professor Universitário ao Ministro da Educação e um Médico ao Bastonário da Ordem.
É assim que se prestam maus serviços à prevenção e segurança rodoviária. Mesmo quando se usa a ironia e o humor! O princípio subjacente é perigoso e está profundamente errado.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Isabel a 26.03.2007 às 00:13

Vejo que Isto já é um assunto recorrente para si .
Não gosto de falar nisto mas só lhe pelo que passeie a sua liberdade individual bem longe de mim e dos meus (dos que não foram mortos na estrada).
A mim ninguém me encomendou o sermão nem a ACA-M tem padroeiros. Tem associados.
.
Em meu nome pessoa e a título de curiosidade, deixe-me dizer-lhe, pois o Sr Manuel CB não sabe, claro, mas foi o Papa João Paulo II que instituiu o Dia em Memória das Vítimas da Estrada há uns seis ou sete anos. Também foi graças a ele que se deu maior visibilidade à miserável violência rodoviária e às suas consequências. Desde esse ano, é rezado no 3º Domingo de Novembro uma oração dedicada a todos nós (as vítimas que ficaram vivas e em particular os que já morreram).
Certamente que tb reza por si e pelos seus, para que nada lhes aconteça.
No ano passado o Papa Bento XVI continua a tradição iniciada pelo seu antecessor.
Isto para lhe dizer que os Papas estão atentos a este grave problema.Por mim, como católica, sinto que não estamos sozinhos.
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De Manuel Múrias a 26.03.2007 às 01:03

Bem dita, Manuel.

Não saberia dizê-lo de melhor forma.

És um puto com muita garra e vê-se que estás aí para as curvas.

Vê se consegues um dia ir à boleia do Sr. Padre Rodriges. Parece que ele gosta de levar miúdos no popó.

(PS: és lourinho?)
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De Padre200 a 26.03.2007 às 02:39

O amigo Manuel Castelo-Branco anda no picanço com o Manuel João Ramos. É assim mesmo, valentão. Nestes despiques, é preciso é acelerar. Não se pode perder tempo a pensar.
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De Loura Burra a 26.03.2007 às 15:40

A mim parece-me que este MCBranco deve ser de esquerda, para atacar assim a ACA-M, uma associação patriótica que sempre defendeu a prioridade à direita e foi o melhor aliado que o Nuno Magalhães teve para acabar com a rebaldaria da impunidade ao volante.
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De Alvarinho a 26.03.2007 às 16:08

Oh Manel: Olhe que quem se mete com o Prof. Doutor MJR leva
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De zazie a 26.03.2007 às 22:15

ahahahahaha

Por favor peguem-se mais que eu nunca me ri tanto com uma historieta mais maluca
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De HNO a 27.03.2007 às 12:51

O KÊ? MAS ESTE MANUEL CASTELO-BRANCO É DE ESQUERDA?
ACHA MESMO KE OS PADRES PODEEM ANDAR A FASER O KE LHES APETESSE E NÃO SEREM EXCUMUNGADOS?
A LEI E A ORDEM SÃO MUITO BONITAS, E A GNR DEVIA ERA TIRAR O CARRO A ESSE GAJO DE SUTAINA!!
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De Rod a 27.03.2007 às 12:57

O facto de o padre ser de Santa Comba devia dar-lhe algum sentido de responsabilidade, que parece não ter - fascinado que está pelo materialismo e consumismo mais bacoco. E as razões, encontram-nas no que já tinha escrito, sobre a Nova Direita como ruptura na esfera religiosa:
"No domínio religioso a Nova Direita causou escândalo. Posicionando-se à direita, inscrevia-se de imediato, para o melhor e (o mais frequente) para o pior, no campo da conservação das instituições psicológicas, judiciárias e políticas, ou no campo do reformismo lento e gradual (cf. os editoriais de Louis Pauwels e os artigos de Alain de Benoist sobre Aron ou Popper nas colunas do Fígaro Magazine). Ao saltar para as luzes da ribalta no final dos anos 70, e ao tomar, mais ou menos, controlo sobre o hebdomadário Fígaro Magazine, a ND parecia implicitamente defender a tradição ou os conformismos, o déjà-vu ou o prêt-à-penser acrítico, conservador e contente (nada seria contestável e toda a contestação seria insana), e isto simplesmente porque aceitava o rótulo de “direita” parecendo procurar uma ancoragem e alguma penetração nos partidos ou lóbis conservadores ou neo-liberais. Mas, no quadro da direita, tomou uma opção “pagã”, afirmando assim uma ruptura (dificilmente aceitável pelas direitas e os notáveis bafientos) em relação a uma “herança”, aquela da cultura dominante na Europa, quer esta cultura tenha permanecido sobre as suas posições católicas ou protestantes conservadoras, quer tenha optado por uma laicização (liberal-conservadora ou progressista de fachada), quer tenha apostado numa cantilena social-democrata ou que tenha feito da contestação de 68 um corpus congelado, repetido ad nauseum. Mas, malgrado a sua audácia e a sua pertinência contestatária, a opção pagã da Nova Direita revela algumas ambiguidades. Com efeito, o conceito de “paganismo” propaga acepções diversas e divergentes. Existe, de facto, um paganismo urbano, cosmopolita e trocista dos folclores rurais, estes que são os herdeiros autênticos do paganismo antigo. Ao lado deste paganismo urbano, sobrevive um paganismo, ou um pós-paganismo, rústico, que perpetua cultos rurais imemoriais. Mircea Eliade defini-lo-ia como depositário da imemorial religião do cosmos, sempre viva sobre um verniz cristão, com as suas procissões, os seus carnavais, as suas folias. Este paganismo rústico está mais próximo do “cristianismo popular e aldeão” do que do paganismo das elites urbanas estetizantes, que professam muito frequentemente um cosmopolitismo indiferente ao apelo das raízes. A ND, e isto nem precisa ser dito, deve evitar (e desconfiar) das artimanhas do paganismo urbano."
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De Alvarinho a 27.03.2007 às 13:02

Oh, Manuel: meta a viola no saco, se é um libertário de esquerda que não gosta de cumprir as regras do Código nem apelar ao Santo Padre quando a ética católica é pasta em causa por um padre pecaminoso.

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