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Ainda sobre o raspanete que Pacheco Pereira decidiu dar à "crueldade" com que a "blogosfera" tratou as macacadas de Odete Santos nos "Grandes Portugueses", devo dizer que acharia uma indignidade que alguém gozasse com a senhora por o que Pacheco parece considerar, simplificando, uma espécie de "preconceito (sincero ou postiço) de classe".
No entanto, o que é verdadeiramente indigna - e que ninguém parece muito interessado em salientar - é a leveza tolerante com que Odete Santos é há anos e reiteradamente tratada pelo sistema político e mediático, que assiste sereno e despreocupado à sua má-educação constante, à sua rudeza histérica e, pior que tudo, ao seu permanente tom acusatório. Odete Santos despreza uma das regras fundamentais da política: a de tomar as opiniões contrárias pelo seu valor facial e não as recusar por - como faz invariavelmente - por trás das mesmas estar alegadamente uma qualquer conspiração de interesses contra "os trabalhadores", assim as desrespeitando tão ostensiva e confessadamente.
Por isso - e só por isso -, já ia sendo tempo de embalarmos a condescendência e avisarmos a personagem que a sua presença é absolutamente ausente da civilidade que é o primeiro pressuposto do próprio debate democrático.