por Henrique Burnay, em 06.04.07
Como resulta até do cartaz do Gato Fedorento, esta coisa do PNR deu nas vistas e tem um contexto. Basta andar um pouco por aí para perceber que na rua a discussão existe. Mesmo que os portugueses achem que não são racistas ou xenófobos porque acham que contar anedotas de pretos não é racismo (é sentido de humor, os gajos até são mais racistas que nós, entre eles) e que desejar que brasileiros, ucranianos ou senegaleses se ponham a andar é apenas defender o generoso princípio de cada no seu lugar.
O problema, portanto, existe. Mas também é verdade que existe com muito menor dimensão do que a que poderia resultar da excitação causada pela eleição de Salazar num concurso e a colocação de um cartaz do PNR. É por isso mesmo que deve ser discutido. Por mim, se isto fosse um sítio sem medo, o cavalheiro, passe a expressão, do PNR era o próximo convidado da entrevista da Judite de Sousa. Mais vale o País perceber como o que o homenzinho tem a dizer é imbecil, do que fingir que ninguém o ouve nem o quer ouvir.