por Henrique Burnay, em 06.04.07
A liturgia de esquerda exige a existência de gente pestilenta à direita (aquela que fica do centro para a direita e à qual eles chamam invariavelmente extrema). Sem demónios não há luta entre o Bem e o Mal. É por isso que a esquerda não gosta de discutir certas coisas. Salazar é mau porque é evidente que é mau, e isso é suficiente. A extrema-direita é extrema-direita e não é necessário dizer mais nada sobre o assunto. E agora, dêem todos as mãos e gritemos em conjunto.
Não vi – tenho pena – a resposta que a
Helena Matos deu (se deu) ao
Rui Tavares quando ele disse, no Público, que o problema da extrema-direita (da verdadeira), e do "anti-imigrantismo primário" (de algum, porque muita da gente que rosna contra os imigrantes e contra os “empregos que eles roubam" depois vota no PS, no PC e no Bloco, não tenham ilusões) era um problema da Direita. Mas espero que a Helena tenha dito que sim. O Rui Tavares tinha razão (nesta parte do texto). É a direita que tem de responder a estas coisas. O erro está em pensar que se responde dizendo parecido. Seria desastroso.