De Terra_a_Terra a 26.01.2011 às 23:15
Parece-me que está algo confuso. No ensino privado existem 2 tipos de Escola: as que têm contrato e as que não têm. As que não têm, os alunos não pagam a sua propina na globalidade? As que têm contrato, creio terem sido construídas numa época em que a Escola Pública não existia numa raio de acção de alguns quilómetros e no tempo que sucedeu, por exemplo, à Teleescola. Ambas, estão abertas à comunidade, sendo no 1º caso, por causa da propina, mais aberta a classes favorecidas e a 2ª por ser pública e sem propina, poder incorporar qualquer petiz. Em comum (assim como a escola pública não privada), têm uma matriz académica dirigida pelo ME, que obedece a um percurso académico estipulado, porque é o ME que controla e administra todo o curriculum académico desde a pré-primária até à Universidade. Fora deste curriculum, as escolas privadas são livres de oferecerem actividades, em várias vertentes, aos seus alunos, para as quais os alunos pagam uma mensalidade. Se é futebol, natação, piano ou berlinde penso que é indiferente. Não era assim que funcionavaou funciona? Mas de há uns anos a esta parte, tem-se assitido a uma revolução silenciosa na Educação. Na minha óptica, e de uma forma camuflada, o ensino tem-se vindo a alterar de Público (pela Constituição, Público significa a coabitação do ensino público e privado, obedecendo à orgânica do ME) para Estatizado ao qual não é alheio, entre outros, os seguintes factores (a ordem é irrelevante) a)A construção de um Parque Escolar, de muito maior capacidade que o existente,"luxuoso", pretencioso e abrangendo as áreas de actuação dos Privados e secundado por uma empresa, criada no seio do Ministério, que passa a ser a gestora e fiel proprietária de todas as escolas em que inteveio ou venha aintervir b)A constatação de oportunidades lucrativas que desvirtuaram a crição das escolas privadas com contrato c)A Criação de um modelo de ensino académico, que obriga os alunos a estarem do nascer ao pôr do sol na Escola, com um conjunto de actividades de interesse duvidoso, fomentado pela escola e a ter que ser realizada pelos professores da própria escola d) Em face de c), a inadequação do ensino privado como estava instituído, perante as novas directrizes e as comparações de custo/aluno entre o público e o privado
d) A constatação anual que no ranking das escolas, nas primeiras vinte há sempre uma percentagem ridícula de escolas públicas e mesmo essas, serem oriundas de meios socilamente favorecidos. Tal desiderato, contraria a propaganda de "igualdade de oportunidades", "acesso ao ensino", "aposta na educação", "investimento tecnológico", "abandono escolar", etc, da linguagem das Escolas de Superiores de educação e) A ausência de reprovações, o facilitismo generalizado, o clima instalado em todas as escolas, etc, por forma a ter um modelo de escola única (quer fisicamente, quer no modelo de ensino, etc) (relembro que hoje a distinção de liceu/escola comercial e industrial que se diferenciavam bem no passado, etc, deixou de existir) em que o interessa é obter resultados estatísticos, fomentar "as boas práticas" (seja lá o que isto for) e ter todos os alunos equiparados até ao 12º ano. Há mais, mas fico por aqui. Deixo uma questão: creio que o contribuinte está na disdisposição de contribuir para que o estado crie uma amtriz educativa em que garanta a qualidade do ensino universal, segundo um curriculum composto por um conjunto de disciplinas sustentadas ao longo dos anos e com uma carga horária doseada,pagando aos professores e garantindo o funcionamento logístico e das instalações. Mas será que está para pagar, a coberto por exemplo, da "hipotética indisponibilidade dos pais", para que os alunos, para além das horas académicas, se entretenham em diversas actividades fora da matriz curricular? Será que os petizes são todos órfãos?