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Desinformação

por Manuel Castelo-Branco, em 26.01.11

 

Vi ontem a conferência de imprensa da Ministra da Educação sobre o financiamento das escolas privadas com contrato de financiamento público. A Ministra mantém ainda vivos, todos os preconceitos ideológicos que a nortearam quando militava no PCP. Viu-se na forma pouco clara com que deturpou os valores, pelo número de vezes que falou em lucro sem nunca ter referido qualidade de ensino, diversidade e liberdade de escolha.

 

A Ministra manipulou, comparou o que não é comparável, esquecendo-se que as escolas públicas têm o imobilizado/obras não totalmente imputado  e a segurança social corpo docente pago directamente pelo Ministério. Assim é fácil manipular e desvirtuar o que não é comparável. Aliás, a conferência começa com a falsa indignação da Ministra sobre terem aparecido crianças, as primeiras prejudicadas e vítimas do processo por ela gerido. Só depois esgrimiu os seus argumentos.

 

Alexandre Homem de Cristo escreve um texto sobre isto que vale a pena ler.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Koisa Ruim a 26.01.2011 às 10:14

A indignação da dona Isabel da Perna Alçada é muito justa.

Onde é que já se viu utilizar criancinhas para fazer uma coisa daquelas?
Até o Bibi diz que tudo o que disse perante a polícia, advogados, juizes, comunicação social, etc. é mentira!!!

Grande Bibi!!!

Quando o chefão da Zabelinha, entre outras inúmeras coisas, andava a distribuir computadores pelas escolas e punha as criancinhas a falar bem dele (mesmo recolhendo no próprio dia os computadores para os levar para outra escola) eram criancinhas bem informadas e melhor formadas.

... A minha cara metade está a dizer-me que pela boca morre o peixe

Um beijinho prá Zabelinha que nunca esqueço depois do discurso da abertura do ano lectivo
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De Anónimo a 26.01.2011 às 10:21

Meu caro, permita-me uma nota. Nunca militei nem tenciono militar no PCP.

Convivo muito bem com o lucro. Felizmente trabalho numa empresa com lucro (ou "ROE" como se diz na gíria). Todos os dias emprego o meu esforço para, na escala das minhas responsabilidades, aumentar esse lucro.

Partilho com o Manuel a minha preocupação em relação à "qualidade de ensino, diversidade e liberdade de escolha".
Mas é impossível não dar razão à Ministra quando ela fala em casos objectivos de colégios que oferecem aulas de golfe ou equitação. Isso vai para além do que entendo como "qualidade de ensino".

E vai para além daquilo que entendo deva ser a obrigação primordial do nosso Estado no actual contexto.

Cada caso será um caso e nesse ponto convém alguém chamar a atenção ao Ministério para evitar injustiças.
A verdade, como quase sempre, estará algures a meio entre as declaração das duas partes. E isso não está minimamente reflectido no seu post.
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De Manuel Castelo-Branco a 26.01.2011 às 10:54

 As contas estão mal feitas e a única coisa que se pede à Ministra é que divulgue com exactidão  e detalhe os números em vez de esgrimir com  manipulações e demagogias ideológicas. Só assim se perceberá quais as bases de comparação e quais as rubricas que não estão consideradas, sejam  elas aulas de equitação, como refere, ou segurança social dos professores.
Se há pequenos erros, como os que refere, temos de os corrigir. Provavelmente existem por falta de controlo do Ministério que os usa agora demagógicamente. O detalhe  não pode por em causa o essencial. Obrigado pelo seu comentário.Abraço
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De MR a 27.01.2011 às 04:35

No meio desta discussão, um pouco confusa a meu ver, surgiu-me uma dúvida. Os cadernos de encargos/relatórios de contas de cada escola pública deste país podem ser consultados onde? Por aquilo que eu conheço da actual escola pública e pelos valores que dizem gastar creio que estamos a pagar em valor excessivo a "formação académica" das novas gerações. Basta só pedir a um jovem do 9º ano para escrever um texto (é assim que se diz agora) sobre qualquer assunto mundano para perceber isso. E a fazer contas nem se fala, nem mesmo com a máquina de calcular ou com o "computador".
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De Paulo Duarte a 26.01.2011 às 10:45

Caro Manuel Castelo-Branco,

Permita-me a discordância.

As escolas privadas, são mesmo privadas?
Porque devem então ser subvencionadas pelo Estado?
Se prestam um serviço de substituição do Estado onde não existe oferta pública, é responsabilidade deste subsidiar, uma vez que prestam um serviço efectivamente público. De acordo.
Assim não sendo, é para mim incompreensível que uma actividade empresarial, que visa muito legitimamente o lucro, seja pago por todos.
Creio, aliás, ser essa a posição de fundo do partido onde milita, suponho. Com a qual me identifico em pleno.
É que, sendo uma actividade cuja oferta pública ao que me parece, até ultrapassa a procura, a que título deve o Estado ainda pagar a privados? 
Porque não deve o Estado subsidiar então outras empresas privadas igualmente actuantes em domínios sociais relevantes e com oferta, pelo menos em quantidade, suficiente por parte do estado?
Compreendo que esta desvinculação do Estado não deva ser feita de forma abrupta, uma vez que estão em causa postos de trabalho e famílias para sustentar, mas feita de forma gradual, é de todo em todo, a meu ver, recomendável.
Cumprimentos.
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De Manuel Castelo-Branco a 26.01.2011 às 15:05

Meu caro Paulo Duarte:
Penso não estar suficientemente informado. As escolas com contrato de associação, maioritariamente situadas em zonas economicamente carenciadas estão abertas a todos os alunos, em igualdade de circunstancias, como qualquer escola estatal. Não há , ao contrário do que ás vezes se insinua a cobrança de propinas. Vivem exclusivamente de um subsidio publico que é atribuído mediante um contrato de prestação de serviço. As escolas estão abertas a todo o tipo de alunos sem diferenciação. Os  alunos carenciados destas escolas estão abrangidos pela acção social escolar, tal como os alunos das escolas estatais.
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De Blondewithaphd a 26.01.2011 às 10:52

Ó, e eu que fiquei a saber que a Ministra já foi PCP!!!! Xiii!!!
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De Carlos Silva a 26.01.2011 às 11:25

Reli, nos últimos dias, " O Princípio de Peter", livro que me encantou quando foi publicado em Portugal, à volta do 25-4. Por isso, ao ouvir ontem a ministra a falar, num tom e numa postura de Educadora de Infância, como que a dar uma aula aos meninos do 1º ciclo, fiquei com a certeza que a simpática Alçada passou além do seu nível de competência. Se calhar até regrediu. Aquele paleio é paleio de quem não tem razão e apenas procura atirar areia aos olhos da malta. O que ela disse, e como o disse, lembra a conversa dos pêcês, decalcada em cassete gasta. Quem pode justificar um corte de 30% no subsídio a estas escolas. Ou o corte é demasiado grande, ou, então, o governo anterior andou estes anos todos a esbanjar o nosso dinheirinho. E se assim fosse, o Valter Lemos, o tal com voz de cana rachada, deveria ser corrido do actual governo, por incompetente.
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De Antonio Cunha a 26.01.2011 às 15:08

A liberdade de escolha é fundamental, pois se alguém não quer utilizar o ensino gratuito fornecido pelo estado deve procurar alternativas. MAS PAGA !!!!


Agora, meter os filhinhos no privado e depois pedir que o estado pague ??? 


Por essas e por outras é que o estado Português está no estado que está. Tudo a mamar e poucos a pagar.
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De Carlos Lopes a 26.01.2011 às 17:10

Ó amigo Cunha, tu não estás a ler isto com calma. Ou será não queres entender o que está em discussão?
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De Antonio Cunha a 26.01.2011 às 17:17

Carlos escolas privadas são pagas pelos paizinhos dos alunos e não pelo estado.


Eu tenho 2 filhos num colégio privado, e pago por isso.
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De Miguel Madeira a 26.01.2011 às 17:27

"a segurança social corpo docente pago directamente pelo Ministério."

Tem certeza? Creio que os encargos da segurança social dos funcionários públicos são suportados pela instituição especifica para que trabalham, já há vários anos.
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De Tiradentes a 26.01.2011 às 18:19

Carlos Cunha
Será que paga?, ou melhor, será que paga tudo? liquido o ensino privado que oferece aos seus filhos?
Ou pagará uma parte excedentária a que o colégio/escola privada se socorre dos pais para poder oferecer mais qualidade/outros serviços?
Mas a escola pública é de graça?
Não é não por mais que as pessoas assim o digam todos descontamos para ela e em alguns números avançados recentemente custa a cada português/ano cerca de 5.000 euros/aluno.
Se assim for, variando ou não o valor adiantado, porque não pode uma escola privada, prestando o serviço publico pago por todos os contribuintes ter uma parte subvencionada e outra paga pelos pais desses alunos?
desde que......seja sempre inferior ao valor gasto por aluno na publica.
Pública sim em que se desbaratam milhões, com milhares de funcionários/profs administrativos, delegações que só fazem correio burocrático e que servem de colocação de boys.
Mas pronto a Zabelinha já ganhou o "round". Provavelmente detectou meia dúzia de casos em que a comparticipação do estado mais aquilo que os pais pagam dá LUCRO.
Palavra maldita. Elas deviam era dar PREJUÍZO.
Se dessem prejuízo a Zabelinha já estaria disposta a enterrar mais uns milhões.
Neste país ninguém é capaz de fazer um pequeno raciocínio mais complexo?
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De Terra_a_Terra a 26.01.2011 às 23:15

Parece-me que está algo confuso. No ensino privado existem 2 tipos de Escola: as que têm contrato e as que não têm. As que não têm, os alunos não pagam a sua propina na globalidade? As que têm contrato, creio terem sido construídas numa época em que a Escola Pública não existia numa raio de acção de alguns quilómetros e no tempo que sucedeu, por exemplo, à Teleescola. Ambas, estão abertas à comunidade, sendo no 1º caso, por causa da propina, mais aberta a classes favorecidas e a 2ª por ser pública e sem propina, poder incorporar qualquer petiz. Em comum (assim como a escola pública não privada), têm uma matriz académica dirigida pelo ME, que obedece a um percurso académico estipulado, porque é o ME que controla e administra todo o curriculum académico desde a pré-primária até à Universidade. Fora deste curriculum, as escolas privadas são livres de oferecerem actividades, em várias vertentes, aos seus alunos, para as quais os alunos pagam uma mensalidade. Se é futebol, natação, piano ou berlinde penso que é indiferente. Não era assim que funcionavaou funciona? Mas de há uns anos a esta parte, tem-se assitido a uma revolução silenciosa na Educação. Na minha óptica, e de uma forma camuflada, o ensino tem-se vindo a alterar de Público (pela Constituição, Público significa a coabitação do ensino público e privado, obedecendo à orgânica do ME) para Estatizado ao qual não é alheio, entre outros, os seguintes factores (a ordem é irrelevante) a)A construção de um Parque Escolar, de muito maior capacidade que o existente,"luxuoso", pretencioso e abrangendo as áreas de actuação dos Privados e secundado por uma empresa, criada no seio do Ministério, que passa a ser a gestora e fiel proprietária de todas as escolas em que inteveio ou venha aintervir b)A constatação de oportunidades lucrativas que desvirtuaram a crição das escolas privadas com contrato c)A Criação de um modelo de ensino académico, que obriga os alunos a estarem do nascer ao pôr do sol na Escola, com um conjunto de actividades de interesse duvidoso, fomentado pela escola e a ter que ser realizada pelos professores da própria escola d) Em face de c), a inadequação do ensino privado como estava instituído, perante as novas directrizes e as comparações de custo/aluno entre o público e o privado
d) A constatação anual que no ranking das escolas, nas primeiras vinte há sempre uma percentagem ridícula de escolas públicas e mesmo essas, serem oriundas de meios socilamente favorecidos. Tal desiderato, contraria a propaganda de "igualdade de oportunidades", "acesso ao ensino", "aposta na educação", "investimento tecnológico", "abandono escolar", etc, da linguagem das Escolas de Superiores de educação e) A ausência de reprovações, o facilitismo generalizado, o clima instalado em todas as escolas, etc, por forma a ter um modelo de escola única (quer fisicamente, quer no modelo de ensino, etc) (relembro que hoje a distinção de liceu/escola comercial e industrial que se diferenciavam bem no passado, etc, deixou de existir) em que o interessa é obter resultados estatísticos, fomentar "as boas práticas" (seja lá o que isto for) e ter todos os alunos equiparados até ao 12º ano. Há mais, mas fico por aqui. Deixo uma questão: creio que o contribuinte está na disdisposição de contribuir para que o estado crie uma amtriz educativa em que garanta a qualidade do ensino universal, segundo um curriculum composto por um conjunto de disciplinas sustentadas ao longo dos anos e com uma carga horária doseada,pagando aos professores e garantindo o funcionamento logístico e das instalações. Mas será que está para pagar, a coberto por exemplo, da "hipotética indisponibilidade dos pais", para que os alunos, para além das horas académicas, se entretenham  em diversas actividades fora da matriz curricular? Será que os petizes são todos órfãos?
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De Paulo Duarte a 27.01.2011 às 10:05

Peço desculpa, caro Manuel mas, por razões que aqui não interessam para nada, estou até bem informado, se é que o posso dizer.
A permissa de que parte é falsa. São raríssimas, para não dizer inexistentes, as zonas carenciadas sem oferta de escolas públicas.
E é precisamente aí que o meu caro labora em erro, isto é, que as escolas privadas têm alunos que não pagam nada em zonas economicamente carenciadas e por isso devem ser subvencionadas.
Ora, se o Estado tem escolas que podem ser frequentadas sem nada se pagar, suas, próprias, porque razão deve subvencionar ainda outras que têm gestão privada?
Não vejo racionalidade nisso, desculpe, mas não vejo.
Outra coisa é inverter por completo o sistema de ensino em Portugal, não havendo distinção entre públicas e privadas e o Estado pagar uma quantia fixa por aluno a cada escola, independentemente de serem públicas ou privadas. Mas essa é outra discussão que até me parece válida.
Agora o argumento de que as privadas estão em zonas carenciadas sem oferta de ensino público é incorrecto e carece de prova que até agora não vi ninguém fazer. Contudo, a existirem, como já tinha referido antes, devem ser, essa sim, totalmente subsidiadas pelo Estado.
Cumprimentos. 
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De Manuel Castelo-Branco a 27.01.2011 às 10:19

Meu caro:
Remeto a resposta para o meu 2º post sobre o tema

http://31daarmada.blogs.sapo.pt/4763599.html

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