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O que escreves faz algum sentido. E, certamente por pudor, haverá sempre quem defenda que este caso não passa de um fait diver. No entanto desvalorizas a força do exemplo. Sócrates está, visivelmente, a perder o que até agora nunca tinha perdido. O respeito dos outros. Primeiro o respeito dos jornalistas e dos tribunos. Seguirá, mais tarde, o respeito do eleitorado.
A política é um pouco como o mundo animal onde o cheiro a sangue atrai sempre os predadores. Sócrates está ferido, e as páginas dos jornais, enchem-se de tubarões embriagados com o cheiro a sangue. Por muito controlo e estratégia que os socialistas julguem ter, acreditar que os tubarões não mordem é uma ingenuidade. Os tubarões atacam sempre e raramente deixam escapar a vítima. É a sua natureza e estas são as regras do jogo: os tubarões mordem porque têm de comer. É uma profissão, como outra qualquer.
Depois deste caso será possível, como nunca foi antes possível, afrontar, enfrentar e até enxovalhar o primeiro-ministro e o governo. Será a palavra do acusador contra a palavra de quem já foi apanhado a mentir. E isso é fatal. Especialmente para a linha estratégica que Sócrates escolheu para o seu governo, uma linha tão dependente da agressividade e do confronto.
Bem podem