De Maria Antónia a 13.04.2011 às 11:10
Vejo nisto tudo um tremendo perigo, muito mais pernicioso do que o défice, a crise, a dívida e por aí fora. O perigo de as pessoas com dois dedos de testa, o povo que mantém esta peça em cena há tempo de mais (e não estou democraticamente a falar do povinho que vai ao comício do Avante e outras manifestações de carneirada que tal para buber e cumer), o perigo de as pessoas que valem alguma coisa em Portugal, perante o caudal infindável de palhaçadas destas, começarem a levar as coisas a rir para não se acabrunharem demasiado e perderem o único direito, esse verdadeiramente sagrado e acima de qualquer constituição, de se indignarem verdadeiramente até ao ponto da violência, perante o espectáculo que lhes tem sido oferecido impune, persistente e consistentemente nestes últimos anos (talvez nos últimos 37, vá lá).
O dia que o portugués apagar do seu vocabulário expressões como "tenha calma" sempre que qualquer coisa corre mal por falta de ética, inercia, incompetência, desleixo, descuido, desonestidade, negligência e começar a pedir satisfacções alto e bom som, talvez o triângulo se ponha lentamente em marcha na direcção certa.
Até lá, é tudo conversa da treta e rigorosamente mais nada.
Nas palavras de Medina Carreira "tudo uma fantochada"