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Tenho uma concordância de princípio com este post do Sérgio Lavos (que também escreveu das melhores coisinhas sobre a morte de Amy Winehouse): poderá existir na Europa um terrorismo de extrema-direita (mais organizado ou ainda mais embrionário) cujo combate convinha não descurar por causa da hiper-concentração na investigação do terrorismo islâmico. Acho até que se podia começar uma boa discussão, não se desse o caso de, como tantas vezes acontece daquele lado, o Sérgio Lavos não querer discutir, mas apenas encostar o outro às cordas do preconceito:
Francisco Mendes da Silva sente-se satisfeito pela justiça não ir ser atrapalhada pelo "arrependimento antropológico ocidental". Não percebo muito bem o alcance da expressão, e provavelmente é melhor que não perceba, tão perto ela está de algumas ideias expressas em fórums neonazis e no testamento espiritual do terrorista norueguês.
No fundo, o meu raciocínio não anda longe do do Sérgio: assim como a luta ao terrorismo de base islâmica não pode implicar que se desvie absolutamente a atenção dos grupos perigosos de extrema-direita que se vão formando na Europa (até porque eles podem ser um subproduto - igualmente censurável - desse terrorismo), também as eventuais "root causes" sociais do mundo islâmico não nos podem cegar perante a necessidade de defesa e a verdadeira dimensão e natureza (ideológica, axiológica, institucional) do inimigo.
Se o Sérgio acha que há a mínima possibilidade de eu, por pensar assim, estar já a polir o revólver, é pena. Podia ter sido uma bela troca de galhardetes.