Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Meu caro Nuno:
Esse será um problema, mas não me parece ser o ponto de partida. Recomendo-te antes que compares o nº de assalariados: Aí sim, verás que a RTP tem quase tantos funcionários como a SIC e a RTP juntas. É ai que se deve atacar, criando estruturas " lean" e productivas. Posteriormente, comparar os custos de programação, os rácios de produção interna vs. externa, bem como a análise da rentabilidade de alguns programas. Terás de imediato uma surpresa e verás a falta de racionalidade ou estratégia nas compras de jogos de futebol, na produção de ficção nacional, na compra de formatos internacionais ou a lógica de produção própria vs. conteúdos Já algum trabalho começou a ser feito nesse campo com as racionalizações das delegações dos Açores e da Madeira.
Deverás também questionar, se faz sentido que uma televisão com a estrutura de capitais tão frágil como a RTP, deva lutar pela liderança dos canais por subscrição, como anunciava há dias Nuno Santos. Essa ambição choca-me tanto quanto uma eventual inflação nos custos salariais. Valeria a pena olhar para o P&L do projecto, se existir. Lutar pela liderança num mercado em queda abrupta ( -10% em 2011), não me parece ser uma boa opção de gestão.
Depois e só depois, valerá a pena avaliar se os custos salariais são razoáveis. Para que a análise seja mais séria e útil, vale a pena ires procurar o valor do salário médio da TVI e da SIC. Infelizmente, desconfio que a tarefa será difícil, pois nas contas da Impresa ou Media Capital, os valores não deverão estar desagradados por empresa.
A RTP é de facto uma tema denso, onde a privatização é um meio e não um fim em si. A questão não está em ser contra ou a favor, mas de como e quando se faz. Devermos olhar sem emoções e sem o fundamentalismo demagógico do Blasfémias.