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A árvore e a floresta

por Pedro Marques Lopes, em 26.04.07

Rodrigo,

 

Esforço-me para não deixar que episódios da minha vida pessoal ou familiar não interfiram na minha capacidade de julgamento. Sei porém, e por experiencia própria, que não há transições fáceis e que não há mudanças sem vitimas, umas mais inocentes que outras.    

Os nossos dramas pessoais e familiares são irrelevantes - por muito que nos possa custar - face a uma inteira comunidade.

Apesar de todos os erros e de todas as imperfeições, o 25 de Abril contribuiu decisivamente para um Portugal melhor e isso consegue apagar os meus pequenos dramas pessoais.

O mais importante, porém, foram os horizontes que aquele dia abriram, a intensa sensação de que tudo podia ser melhor. Esses momentos, repito, são muito, muito raros. Foi isto que tentei transmitir.


 

(A propósito disto e disto)

 


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Rodrigo Moita de Deus a 26.04.2007 às 17:47

Pedro,

tens razão "os nossos dramas pessoais e familiares são irrelevantes - por muito que nos possa custar - face a uma inteira comunidade."

Mas repara que o problema é o tamanho da minha família. É grande. Somos imensos. Primos que tiveram de voltar de áfrica são um milhão, primos que lutaram em áfrica para depois serem insultados são um milhão e cem mil. Tios detidos são alguns milhares. Tios saneados são dezenas de milhares. Tios que trabalhavam em empresas nacionalizadas são centenas de milhares. E ainda faltam os outros primos da minha idade. Aqueles que ainda hoje pagam os excessos carnavalescos da Abrilada. Esses são imensos. Do tamanho de uma geração. Quantas árvores fazem uma floresta?

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