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Boris Johnson foi ontem reeleito Mayor de Londres, depois de uma interminável contagem que obrigou a que os resultados oficiais tivessem sido entregues “even later than one of Boris’s columns” (palavras de Paul Goodman, ex-deputado Tory e ex-colega de Boris do Telegraph). É um facto extraordinário, nesta época de opressão uniformizadora em que apenas parecem ter sucesso os políticos com a espessura intelectual da massa folhada. Um excêntrico como BoJo só podia mesmo ter sido eleito em Londres, a cidade onde o individualismo é mais considerado e a extravagância não é um insulto.
Em 2006, escrevi para a Atlântico este texto. Não imaginava que Boris se fosse candidatar a Londres, muito menos que vencesse, muito menos ainda que vencesse por duas vezes. Lido à distância de seis anos, parece-me um perfil demasiado agarrado ao tempo em que foi escrito, mas há ali na parte final um tom levemente premonitório, involuntário, que me apetece a partir de agora cultivar, como aqueles nefelibatas bem-intencionados que o querem ver um dia em Downing Street.