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Memórias curtas

por Luís Filipe Coimbra, em 15.09.12

Já ninguém se recorda hoje que o supremo Tribunal Constitucional desta 3ª República decretou que os cortes dos subsídios de férias e de natal aos funcionários públicos eram inconstitucionais, mas que se podiam manter até final do ano mas não em 2013, independentemente do acordo com a "troika" abranger estes dois anos e, obviamente, o Governo ter de encontrar soluções alternativas àquela decisão político-financeira do dito TC.

Os "assessores comunicadores" do Governo, em vez de aconselharem o Primeiro Ministro a centrar o seu discurso na imputação de responsabilidades ao TC (e à Europa) por mais estas novas medidas de austeridade, meteram-no numa trapalhada em que os portugueses ("públicos" e "privados") ainda não sabem ao certo se para o ano vai haver um, dois subsídios, ou nenhum. O que sabemos é que vai haver mais um aumento de impostos de  7% para a Segurança Social a sair directamente dos nossos bolsos, sem contar com a anunciada remodelação dos "escalões" do IRS.

Sobre a crise do neoliberalismo mundial e da sua faceta mais negra - a do monetarismo europeu -, ninguém fala; sobre a fuga em frente vinda de Bruxelas com a grotesca intervenção de Durão Barroso a apontar para a Europa o caminho de um "federalismo de Estados-Nações" mais os seus impostos "federais", népias; sobre as "blindagens" das PPP embustilhadas por aquele PS, mais os milhões de milhões que os "consultores financeiros" receberam e os biliões que nos roubaram com obras públicas inúteis e injustificadas, nicles.

E falar-se sobre as responsabilidades do Euro em chegarmos ao estado em que nos encontramos, nem uma palavra!

Entretanto os comentadores patriarcas da comunicação social, quase em uníssono fizeram ouvir a sua voz esta semana sobre "o desastre final de Portugal" após a intervenção do Primeiro Ministro. (Deve ser por causa do aumento do IVA nos "recibos verdes"  das suas "intervenções"e dos descontos para o fundo de Solidariedade sobre as reformas eloquentes que recebem).

Pobre País.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De josé sequeira a 16.09.2012 às 10:23

Chapeau
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De O Raio a 16.09.2012 às 16:06

"aconselharem o Primeiro Ministro a centrar o seu discurso na imputação de responsabilidades ao TC (e à Europa)"

O problema não é o TC, o problema tem seis letras, a saber, EUROPA!

A União Europeia e principalmente o Euro arrebentaram com a nossa economia.

Acho espantoso ver os apoiantes do actual Governo a mandarem as culpas para cima do Sócrates, o Sócrates nem poder tinha para fazer grandes disparates.

Portugal há muito que abdicou da sua soberania e quem manda aqui está fora, nem mais.

E é por isso que Passos Coelho nunca poderia atribuir responsabilidades à Europa. No dia que o fizesse estaria tramado, seria rapidamente corrido do poleiro e nunca lhe ofereceriam um lugar dourado como lhe irão oferecer quando ele sair do Governo. Passos Coelho é incapaz mas não é totalmente parvo!

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De Afonso a 17.09.2012 às 00:15

O aumento não é de 7%, é de mais de 60, sejam sérios
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De Romão a 17.09.2012 às 15:04

As PPP são segredo de estado?

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