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Já ninguém se recorda hoje que o supremo Tribunal Constitucional desta 3ª República decretou que os cortes dos subsídios de férias e de natal aos funcionários públicos eram inconstitucionais, mas que se podiam manter até final do ano mas não em 2013, independentemente do acordo com a "troika" abranger estes dois anos e, obviamente, o Governo ter de encontrar soluções alternativas àquela decisão político-financeira do dito TC.
Os "assessores comunicadores" do Governo, em vez de aconselharem o Primeiro Ministro a centrar o seu discurso na imputação de responsabilidades ao TC (e à Europa) por mais estas novas medidas de austeridade, meteram-no numa trapalhada em que os portugueses ("públicos" e "privados") ainda não sabem ao certo se para o ano vai haver um, dois subsídios, ou nenhum. O que sabemos é que vai haver mais um aumento de impostos de 7% para a Segurança Social a sair directamente dos nossos bolsos, sem contar com a anunciada remodelação dos "escalões" do IRS.
Sobre a crise do neoliberalismo mundial e da sua faceta mais negra - a do monetarismo europeu -, ninguém fala; sobre a fuga em frente vinda de Bruxelas com a grotesca intervenção de Durão Barroso a apontar para a Europa o caminho de um "federalismo de Estados-Nações" mais os seus impostos "federais", népias; sobre as "blindagens" das PPP embustilhadas por aquele PS, mais os milhões de milhões que os "consultores financeiros" receberam e os biliões que nos roubaram com obras públicas inúteis e injustificadas, nicles.
E falar-se sobre as responsabilidades do Euro em chegarmos ao estado em que nos encontramos, nem uma palavra!
Entretanto os comentadores patriarcas da comunicação social, quase em uníssono fizeram ouvir a sua voz esta semana sobre "o desastre final de Portugal" após a intervenção do Primeiro Ministro. (Deve ser por causa do aumento do IVA nos "recibos verdes" das suas "intervenções"e dos descontos para o fundo de Solidariedade sobre as reformas eloquentes que recebem).
Pobre País.