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Esquerda "La Prairie"

por Laura Abreu Cravo, em 07.05.07

 

É claro que é preciso ser-se muito estúpido para não conceder que “Ségo” é uma mulher muito bonita. Sobretudo, se tivermos em conta que, no mundo da política, isso é uma raridade que só pode jogar a favor de Mme Royal. Mais ainda, é preciso ser-se politicamente analfabeto para desvalorizar a importância da imagem da senhora, no que ao marketing diz respeito. Habituado a um género que consubstancia a fusão entre um torneiro mecânico, um consultor fiscal e um modelo entradote e barrigudo da Hugo Boss, o eleitorado francês (e os analistas de bancada a nível mundial) deixaram-se seduzir pela bonita francesa. As mulheres (as que as tivessem) viram nela a projecção das suas aspirações políticas e profissionais e os homens oscilaram entre considerá-la uma jarra da democracia (esteticamente irrepreensível mas sem grande utilidade prática que não decorativa) e a personificação das suas fantasias.
Confesso que se Mme Royal não me trouxe, a início, grande entusiasmo, com o passar do tempo (e avançar da campanha) foi granjeando, no meu t-zero relacional, uma imensa antipatia. Porque Ségolène Royal não se limitou a usar a seu favor (coisa que todas as mulheres que tenham essa possibilidade acabam por fazer) o facto de ser uma mulher bonita e, à sua maneira, insinuante. Mais do que isso corporizou no seu discurso os piores vícios da esquerda, que o Henrique Burnay aqui tão bem sintetiza: presunção do património exclusivo das boas intenções, o moralismo, a dificuldade em aprender com a História, a mania de começar tudo de novo como se não houvesse passado nem lições a aprender, a violência em nome de uma salvação mesmo que contra a vontade dos próprios, o fraco amor à Liberdade a sério”.
Mas o que me irritou mesmo foi que, do debate com Sarkozy, depois de 2 horas à frente da televisão, sobre  "Ségo" e as suas ideias só retirei 3 certezas: (i) que Ségolène é mulher e (ii) que Ségolène tem pavio curto e (iii) que Ségolène detesta ser contrariada. Ora, eu também padeço dessas três condições mas nem por isso me acho em posição de ser presidente de coisa nenhuma.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Francisco Mendes da Silva a 07.05.2007 às 16:26

Então, chère Laura, eu sou mesmo muito estúpido.
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De Laura Abreu Cravo a 07.05.2007 às 16:33

Francisco, mon chér, era hipérbole, admito.Mas, mesmo não apreciando o género, terás de conceder que entre ela e a maioria das mulheres politicamente envolvidas que conhecemos, Ségo tem mais graça.
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De RAF a 07.05.2007 às 16:46

Agora decidiram afinar com os consultores fiscais, ou é uma crítica ao Paulo Macedo? Ele veste Hugo Boss ? Percebe de torneiras?
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De Saloio a 08.05.2007 às 00:39

Estimada Laura, eu não diria melhor.

Digo eu...

Saloio
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De zedoscaes a 10.05.2007 às 10:19

De facto a sua analise politica às eleições franceses é tão inútil quanto ridícula. Resumir um processo eleitoral desta importância a questões estéticas, torneiras e sensibilidade feminina é resultado de quem não tem e nem teve a mínima noção das eleições francesas, do seu impacto e sua importância. Veja-se que a analise politica que de facto interessa não é feita por si, mas pelo Henrique Burnay. Que raio de blog é este que se dá ao luxo deste tipo de analises. Censura a que está habituada no seu blog, também deveria haver por aqui.....
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De l.rodrigues a 14.05.2007 às 16:52

Recentemente tenho ouvido muito essa afirmação: que a esquerda reclama uma superioridade moral.
E concedo que há uma direita que também a tem, mas não é essa que domina o discurso hoje em dia.
Ainda recentemente nos "prós e contras" em que se discutiu esquerda e direita, com Adriano Moreira, Mário Soares, Paulo Rangel e Miguel Portas, foi para mim claro que havia uma superioridade moral de Adriano Moreira sobre Rangel. E este é capaz de nem ser dos piores.

Se não, que dizer sobre o neo-liberalismo, que é assumidamente amoral?

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