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Condenados a viver uns com os outros - Sarte oblige -, o mínimo que devemos exigir ao próximo é que tenha maneiras. As maneiras - o respeitinho, a educação, como lhe queiram chamar - é a regra mínima de conduta; o procedimento higiénico que torna isto possível; a aceitação tácita de que todos temos vontades, dores, queixumes e que, por nossa vontade, faríamos isto tudo doutra maneira, só que, como sabemos, isto não é à nossa vontade, é a conjugação mais razoável possível de seis biliões de vontades como essa. Alberto João Jardim é, para dizer o menos, uma criatura inteiramente destituída de maneiras. E isso diz muito - como diz de qualquer indivíduo que caia debaixo da mesma descrição - acerca da sua inteligência, do seu carácter, da sua humanidade.
O problema, e o que torna todo o cenário político madeirense mais aflitivo, é que, perante uma nulidade tão grande como aquele líder da oposição, até eu votaria Jardim. E votar alguém que não tem o mínimo é dizer dele - e por arrasto, dos outros - que é o único. Nem vale a pena inventar exemplos absurdos: a Jacinto Serrão até a Nova Democracia ganhou um deputado. Patético.