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De vez em quando é levantada a questão de quem deve ter presença no Panteão Nacional. Agora foi Aquilino Ribeiro que se tornou “residente” deste local. Como é evidente, qualquer um de nós seria capaz de dizer uma série de pessoas, nomeadamente escritores, que pensa terem mais direito a essa gloriosa “residência”.
O critério parece ser que só devem ter presença no panteão os “maiores de nós”. Ora, isto leva às inevitáveis perguntas: o que é que quer dizer a expressão “maiores de nós” e quem é que decide quem foram estes. Qual será a razão de Manuel de Arriaga e Aquilino Ribeiro estarem lá e Eça de Queiroz e o Marquês de Pombal não estarem? E hão-de ser só escritores, políticos e fadistas ou também deverão caber empresários, actores e acrobatas?
O Panteão serve para promover um determinado entendimento político de quem são “os maiores de nós”... só e apenas.
Numa democracia, este tipo de locais são não só inúteis como indesejados porque a única coisa que fazem é tentar construir a história à luz duma determinada visão política.
Não parece que uma qualquer conferência de líderes partidários ou qualquer outra entidade seja competente para definir quais são as figuras da nossa história.
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