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No dia em que começa a época oficial de combate aos incêndios, o Ministro responsável vai apagar fogos para outro lado. Os jornalistas, parece, ficaram maravilhados com a solução do PS para Lisboa, com a coragem de António Costa e a altíssima aposta de José Sócrates. Os mesmos jornalistas, sublinhe-se, que por aí andam a alardear a desgraça da cidade, eternamente entregue a gente sem "projecto" que não o da carreira pessoal. Assim se demonstra, aliás, que os media estão muito mais fascinados com o acompanhamento dos jogos de poder e respectivas intrigas do que preocupados em exercer a sua missão de denúncia.
A única característica de Costa que o PS tomou em consideração foi a sua hierarquia partidária e governativa e a consequente ladaínha oca do "candidato forte", devidamente empolada pela comunicação social independentemente de qualquer elaboração do candidato sobre os destinos de Lisboa. Prapara-se, portanto, uma daquelas campanhas eleitorais ad hominem, tipicamente portuguesas, com a construção de mais um salvador dotado de capacidades mitológicas para a liderança e de uma grande ideia que ninguém vai perceber bem qual é.
No fundo, a célebre história da superioridade da Câmara da cidade capital - que tanto justifica o especial carinho dos partidos e a mediatização desmesurada - vira-se contra a própria cidade. Neste caso, ao ponto de umas eleições autárquicas serem decididas (também) ao mais alto nível do governo central.
Aos meus amigos lisboetas, desejos de muito boa sorte.