De Pinto a 23.11.2013 às 04:52
Asneira? Qual asneira?
O que vi ontem (ou antes de ontem) foi um exercício de cidadania ímpar em Portugal. Foi a manifestação com maior sucesso - do ponto de vista cívico - alguma vez realizada no nosso país. Não houve "carga" nem havia legitimidade para tal.
Não foi o facto de quererem passar a barreira que originou - e legitimou - a "carga" de há uns meses. A dita carga justifica-se quando está em causa a integridade física de alguém, seja ele polícia ou manifestante - está inserida no contexto jurídico de legítima defesa, se assim quisermos. E a integridade física está realmente em risco quando são lançadas pedras para cima dos polícias e inclusivamente conduz alguns deles de imediato para o hospital. Aqui deve haver uma interrupção, um limite, ao direito de manifestação, pois há outro direito - o da vida e integridade física - que se sobrepõe.
O facto de se subir simplesmente as escadas da "sacro-santa e imaculada" AR não é nem pode ser um limite ao direito de manifestação. Isso são aspectos de natureza formal: a lei proíbe manifestações a menos de 100 metros, mas poderia proibir a 10 ou a 1000 - é uma norma que pretende proteger os símbolos do Estado (não tem a ver com questões de segurança pois se assim fosse teria de ser um conceito elástico e ter-se em conta se estavam ou não pessoas no interior e a distância teria de ser determinada pelos responsáveis e especialistas em segurança, ou seja, a polícia) e a protecção aos símbolos do Estado não se deve sobrepor ao direito de manifestação. Isto, claro, em países com cultura democrática, o que não acontece em países marcadamente socialistas.
De Anónimo a 23.11.2013 às 09:25
Tem toda a razão
Se em vez de polícias a desrespeitar a lei, fossem ciganos ou operários da Lisnave logo víamos a chanfalhada que havia.
Por outro lado, os sindicalistas que vivem à mesa do orçamento, para fazerem este espectáculo de desobediência, deveriam ver cortados todos os subsídios e demais privilégios e passarem a recever das cotas dos seus associados.
Portanto a demissão do director geral que curiosamente até tem o apoio dos sindicatos (associação) é pouco, muito pouco.
É urgente que este Pinto Calçudo comece a legislar e em força. É uma pena perder uma inteligências destas.
De carneiro a 23.11.2013 às 15:12
"mas poderia proibir a 10 ou a 1000"
Tem plena razão.
O que interessa o critério estabelecido por lei ? O que deve interessar verdadeiramente é a interpretação que cada cidadão em concreto faça da lei em função da sua dose de justa indignação.
De Pinto a 23.11.2013 às 21:23
Espero que numa hipotética manifestação que integre, não ocupe a via pública, pare nos semáforos quando estejam vermelhos, passe as ruas nas passadeiras e respeite integralmente a lei do ruído.
E se o limite dos 100 metros for violado - cruzes, credo, canhoto - dar uma carga por estar a 99 ou 98 metros da AR (espere lá ... a 100 metros iria parar onde? a meio da Rua D. Carlos I?).
Enfim, eu sei que não dá para mais.
De carneiro a 25.11.2013 às 05:43
Eu concordei consigo. Dei-lhe razão. Expressamente.
Assim, V. está apenas a apelidar de estúpida a sua própria opinião.
Esse "não dá para mais" a aplica-se a si próprio.
Também não alcança esta ?
De Anónimo a 25.11.2013 às 19:26
Grande Pinto Calçudo
Melhor que tu ou tão aldrabão como tu só o pinóquio lusitanex, vindo da serra para a kapital
De I.B. a 24.11.2013 às 00:27
Como princípio, os polícias não deveriam gozar de mais direitos que outros cidadãos. Mas não me esqueço da outra vez, do escãndalo mundial que foi o «polícias contra polícias» no trreiro do Paço, que «era o 3º Mundo», «que áramos um país indigno de estar na Europa», etc., até fizeram músicas sobre isso. Assim, os polícias se serviço optaram pelo pargmatismo, e, como estavam de acordo com os colegas, foi uma demonstração de que se pudessem estavam do outro lado da barricada. Significativo que no dia seguinte morreu um rapaz que participou na manifestação. A indignação, o sentimento de injustiça, os polícias também o sentem, pois são seres humanos como nós. E estão a sentir o aperto há muitos anos. A opinião pública, por tradição, não gosta da Polícia, o que ainda lhes causa mais desalento.