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Da vergonha estatal

por José Maria Barcia, em 06.01.14

 

Assunção Esteves, no alto da sua posição de Presidente da Assembleia, sobre a transladação de Eusébio para o Panteão Nacional, diz que "a operação envolve «custos mesmo muito elevados, na ordem de centenas de milhares de euros», a suportar pelo orçamento do parlamento".

 

 

Esteves sugere que haja uma partilha dos custos por outras palavras que um grupo de cidadãos ou uma associação pague aquilo que todos deveriam pagar. 

 

Assunção Esteves esquece-se de uma coisa: o orçamento do Parlamento não se deve limitar aos almoços faustosos de faisão, à frota automóvel de luxo e outras bizarrias ainda sustentadas pelos contribuintes. O Panteão Nacional deve albergar os símbolos de Portugal e, tal como Fernando Pessoa ou Amália Rodrigues, Eusébio ascendeu a esse patamar ainda durante a vida.

 

Eusébio conseguiu o que muitos poucos conseguem. Eusébio conseguiu união. Do mais espantoso de ser ver nos dias que correm, é todo uma sociedade à volta de um "simples" jogador de futebol. Uma pessoa, nascida em Moçambique, que se fez e fez Portugal. Um símbolo de Portugal que só não devia estar no Panteão se for essa a vontade da família, porque ao contrário de Assunção Esteves, é-me difícil encontrar outro português com reticencias em deitar Eusébio onde ele merece.

 

P.S. (porque não merece mais) As declarações de Mário Soares mostram bem que é o homem. Alguém que não consegue conceber que, em Portugal, exista alguém maior que ele. A snobeira execrável deste "estadista" só pode ser desculpada pela idade avançada. E quem só diz disparates não deve ter palco para o fazer.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De MMP a 06.01.2014 às 17:04

Onde se lê "Cristas" deve ler-se "Esteves". De resto, completamente de acordo (sobretudo com o post scriptum).
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De Luís Caldas a 06.01.2014 às 17:57

é assunção esteves e não cristas como aparece aí no meio
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De Jorge a 06.01.2014 às 22:14

Concordo totalmente e a referència ao falso "rei" é perfeita,
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De Isabel a 06.01.2014 às 23:57

Mas, mais grave, é que manda a boca das centenas de milhares de euros (valor que me pareceu muito pouco razoável), para depois, no telejornal, invocarem informação da AR a dizer que serão umas dezenas, ou seja, levar o Aquilino Ribeiro para o panteão custou 40.000 euros em 2007 e a trasladação hoje rondará entre esse valor e os 50.000 euros.
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De Anónimo a 07.01.2014 às 00:05

Confesso que depois de ler este texto, ainda me falta mais o ar neste nosso pequeno jardim à beira mar plantado...
E já agora, o que é um Herói Nacional? Acredito que o português se reveja mais num génio do futebol, do que num génio da literatura, dança, matemática ou em alguém que tenha dado (sem tirar nenhuma) a vida por uma causa.
É tudo uma questão de visibilidade (mesmo se orientada, convenhamos).
Se não dermos mais importância ao Panteão Nacional, do que ao Passeio da Fama em Hollywood, a coisa até se explica...
Meu Deus que blasfémia cometi eu neste Santo Blogue?
Queira-me desculpar meu caro.
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De latemdias a 07.01.2014 às 00:57

Certamente que ao referir-se a "alguém que tenha dado (sem tirar nenhuma) a vida por uma causa" não se está a referir a esse alarve que dá pelo nome de mário soares (as minúsculas são propositadas), pois não?
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De Viriato a 14.01.2014 às 05:08

Ele referia-se a Aquilino, o bombista.
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De latemdias a 07.01.2014 às 00:59

Como erva daninha, não há maleita que o leve...
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De João. a 07.01.2014 às 03:37

"E quem só diz disparates não deve ter palco para o fazer."

Não seja tão duro consigo e com o 31.
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De Pulha Garcia a 07.01.2014 às 09:35

Totalmente de acordo. Texto muito bem escrito e justo. Obrigado.
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De Tenho medo de dizer quem sou a 07.01.2014 às 12:54

Se o Passos sabe q o 31 da Armada, anda nestas coboiadas com a Esteves, la volta o outro para as Moita´s...

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