Se há tipo que não gramo é Barroso. Também desprezo essa nulidade que é Constâncio, mas Barroso leva o prémio. Um homem que foi eleito para salvar uma situação complicada, chega ao poder, traça um quadro negro do que encontra, e depois pira-se, e quem ficar que feche a porta. Munido do imponente currículo de desertor - tal como essa outra maravilha portuguesa, Guterres - Barroso aterra na presidência da UE, onde se dedica à árdua tarefa de ser invisível e inconsequente. Agora, munido dessa nulidade, e certamente duma agenda recheada de contactos a quem nunca incomodou, está na Goldmann, esse bastião de seriedade moral, como lóbista, que é a palavra técnica para "metedor de cunhas". Começou no MRPP, o que leva a crer que Catarina Martins, que começou bem mais à direita, já deve andar a preparar os rascunhos da candidatura ao Citibank, JP Morgan, ou talvez ao Goldmann, que o Barroso deve precisar duma assistente que perceba de retórica maoista e afectos.