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Ah, olha, que coincidência, curioso, não é?

por Henrique Burnay, em 25.07.07
A senhora casada com o senhor que foi mandatário financeiro da campanha do actual presidente da Câmara vai investigar a anterior gestão autárquica, presidida pelo senhor que ficou em segundo lugar e que pode dar um certo jeito à construcção de maiorias durante o actual mandato. E tudo isto era razoavelmente previsível. Mas não faz mal, é tudo gente acima de qualquer suspeita.

Agora imaginem que quem estava a investigar, sei lá, o processo apito dourado era casado com a directora financeira do Benfica, parte só remotamente interessada na matéria, um escândalo, não era? Pois

O Procurador-geral da República nomeou hoje a magistrada Maria José Morgado para coordenar a «investigação de todos os inquéritos pendentes e aqueles que resultarem da sindicância em curso relativos à Câmara Municipal de Lisboa».


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Notícias d'Aldeia a 25.07.2007 às 20:54

O problema de fundo, é que o país é pequeno, a populaça idem, logo, são sempre os mesmos, ainda que neste caso, se verifique uma estranha mistura entre polícias e, o resto.
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De João Gomes a 25.07.2007 às 22:29

Henrique,

Não compreendi a lógica deste post. A Maria José Morgado vai enquanto procuradora, com méritos amplamente reconhecidos, dirigir a investigação dos processos pendentes na CML. Por seu turno o seu marido, reconhecido fiscalista, foi mandatário financeiro de uma campanha que não está, nunca esteve, nem nunca estará, envolvida em nenhum problema de âmbito judicial.

Se pensares um bocadinho consegues compreender que o facto do SS ter sido mandatário financeiro, não influência em nada as investigações. Até porque as mesmas reportam-se a factos passados, na altura em que o António Costa era ministro. Sinceramente quer me parecer que estás a implicar só por implicar, sem fundamento nenhum.
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De Henrique Burnay a 26.07.2007 às 01:50

Por uma vez vou responder, apesar do texto ser claro. A senhora que vai investigar os processos sobre o anterior executivo, onde pontifica um cavalheiro com veradores suficientes para fazer maioria agora, é casada com o mandatário financeiro deste presidente. Não percebes? Vou tentar com laranjas: imagina que o árbitro do sporting - benfica é casado com o presidente do FCP, agora imagina isto com um nadinha mais de complexidade, percebes?
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De Henrique Burnay a 26.07.2007 às 23:16

Caro João, gosto particularmente do "não está, não esteve nem nunca estará"; isto de haver pessoas acima de qualquer suspeita é bom.
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De O Aprendiz de Jurista a 26.07.2007 às 01:39

Ainda um destes dias se vai perceber o que vêem nesta Sra. Procuradora.
Um incremento de acusação na ordem dos 500%, dizem os jornais.
Muito bem!
Ora, de 56 inquéritos (no caso “Apito Dourado”) consegue 20 acusações.
Deste modo, a margem de sucesso é inferior a 36%.
Mas assim não ficava bem nos jornais.
Os títulos correctos seriam:
Morgado arquiva 36 inquéritos.
Ou seja, consegue um insucesso na ordem dos 64%.
Mas, então, não seria a Super Procuradora que tantos (!) idolatram.
Não seria a única, como se todos os outros Srs. Procuradores fossem uma cambada de imbecis ou, coisa pior ainda, (…)!
Quanto ao post !
Não há, com certeza, qualquer, maquinação ou premeditação, na sua nomeação para este caso.
Aliás, “à mulher de César não basta ser séria” e esta já parece séria.
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De Luis a 26.07.2007 às 12:30


Este comentário é ridículo,porque:
1) - O "arquivamento" em si não é um insucesso. É apenas o reconhecimento de que a) não houve crime; b) não foi possível obter provas do crime.

2) A missão do MP é fazer justiça - e não acusações.

3) Sucesso ou insucesso é a condenação ou absolvição dos acusados.
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De O Aprendiz de Jurista a 26.07.2007 às 14:14

Caro amigo Luís

Desculpe não concordar consigo.
O MP não faz justiça. Acusa ou não.
Não é liquido que, o arquivar de um processo signifique, per se, a inocência de um arguido ou o acusar signifique a condenação do mesmo.
Digamos, de forma simplificada (coisa muito em voga), que o MP é uma espécie de Advogado do Povo.
Mas o comentário anterior não é sobre esse lado da justiça, refere-se tão só à forma como a Sra. Procuradora é apresentada pela comunicação social e o mito que se gerou em torno de si que, na minha opinião, está muito afastado da realidade.
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De edobasilio a 26.07.2007 às 14:31

Pelo teor infeliz e insultuoso do seu post , por fazer um juízo de intenções, podemos concluir que para si toda a gente é desonesta e oportunista. Basta ser casado ou primo ou amigo de alguém para que num acto profissional a que esteja ligado, favorecer o marido o amigo ou o primo desse alguém. Se o Henrique julga os outros por si, ficamos entendidos.
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De Nuno a 26.07.2007 às 16:25

Parece-me completamente despropositado e insultuoso este post. Mais, a comparação utilizada tb não lembra a ninguém: um director financeiro com o mandatário financeiro de 1a campanha???
Quem dera ao autor do post ter a coerência e estatura moral de um Saldanha Sanches!
Fazendo minhas as palavras de um comentário anterior, se julga os outros por si estamos conversados qto à sua estatura moral!
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De nils a 26.07.2007 às 16:57

«Casada com o senhor que foi mandatário financeiro da campanha»... da campanha! Não do presidente, ou lá o que quer que tenta insinuar como quando explica com marmelos. Já com laranjas percebe-se muito melhor que, efectivamente, não consegue fazer sumo de limão!
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De Henrique Burnay a 26.07.2007 às 23:26

Vamos então explicar com limões, que são mais ácidos. Imagine-se que o MP descobria, nas suas investigações, que uma empresa que tinha financiado a primeira campanha de Carmona e corrompido ou tentado corromper a anterior gestão autárquica tinha contribuído financeiramente para a campanha do Dr. Costa, como é?

Mais uma ajuda. A Drª Morgado, e o Dr. Saldanha Sanches, têm dito repetidas vezes que a corrupção nas autarquias é mais do que muita, e que se faz, entre outras formas, pelo financiamento das campanhas. Conseguem agora ver a relevância de um director financeiro de uma campanha? Ninguém disse que o cavalheiro corrompeu, foi corrompido ou sequer conehce alguém que tenha sequer pensado em tentar semelhante coisa. Quando quiser dizer isso digo-o,não ando à volta. Aqui fala-se de princípios.

Ora bem, parece que os comentadores acham que há uns seres acima de qualquer suspeita que, portanto, estão dispensados dos princípios que por norma se aplicam a todos os mortais - em particular aos que andam na política - e que são os de cumprir algumas regras para evitar suspeições, dúvidas, embaraços, situções pouco claras e quejandos.

Concluindo, têm razão numa coisa: por mim me julgo: em idênticas circunstâncias, ou não seria mandatário financeiro ou não seguiria esse caso. Aquela coisa da mulher de César tem importância. Para quem acha que não há gente "acima ou abaixo de quaisquer suspeitas", claro.

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